Com as novas tecnologias que surgem a cada dia as cartas escritas à mão por uma pessoa podem resistir ao tempo tecnológico? A resposta é Sim. As cartas estão mais atuais do que se imagina. A prova disto é que em Petrolina, Pernambuco, a comunicadora Mayra Amariz do Programa Forró do Povo, O Malhadão, transmitido na Rádio Grande Rio Am, recebe cartas dos ouvintes.
Mayra avalia, que isto se deve, certamente, ao respeito e modo de comunicar que seu pai Carlos Augusto, já falecido, deixou para os ouvintes. Carlos Augusto foi radialista, em 1962 um dos pioneiros da fundação da Rádio Emissora Rural e criador da Jecana do Capim-Corrida de Jegues, considerado uma das principais audiências do Rádio na região do Vale do São Francisco.
"No programa usamos todos os recursos da tecnologia, mas a carta continua chegando no endereço da rádio. Isto até nos surpreende, emociona, pois significa que o ouvinte quer ser ouvido", explica Maira.
A carta foi bastante usado quando os moradores, ouvintes de Rádio de regiões isoladas do Brasil, por exemplo, utilizam esse instrumento como um meio de comunicação onde a internet e a luz elétrica não chegaram e o rádio à pilha polarizava o poder de comunicação.
Atualmente, a modernidade presente na maioria das Rádios, usam internet, Ipads, wireless, notebooks, tablets e celulares com acesso à internet onde se buscam todos os tipos de informações instantâneas e para surpresa de muitos, a carta continua sendo o registro do poder da comunicação feita pelos ouvintes.
O rádio está presente na vida pessoal do ouvinte, nos afazeres domésticos, no trabalho sem a necessidade de parar o que se está fazendo, pois a recepção é feita de uma maneira integral. Possui o poder de entreter, envolver e informar.
O jornalista e pesquisador Ney Vital, avalia que no Brasil, ainda hoje, existem comunidades que carecem de tecnologias para se comunicar. "Vivemos em sociedades complexas, que privilegiam a cultura do ver e o excesso de imagens, percebemos que o rádio participa da recuperação da sensorialidade dos corpos e ao enviar uma carta o ouvinte representa o respeito da necessidade de se resgatar, valorizar a importância da cultura do ouvir e ser escutado".
Essa recepção é bastante importante nos dias atuais, já que o uso de comunicações mais sofisticadas como e-mails, mensagens de celular e redes sociais são vistos na cidade como indispensáveis, mas as cartas continuam fundamentais para a comunicação.
Redação Blog Foto: Ney Vital
1 comentário
04 de Jul / 2018 às 05h00
POIS É,UMA SIMPLES CARTA,PODE MUDAR A HISTORIA DE UMA VIDA !