Geraldo amava Henrique, que amava Rodrigo, que amava Ciro, que amava Lula, que amava Manu. No fim, ninguém amava ninguém. Inspirado no poema A quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, um versinho com os candidatos à Presidência teria um final diferente do previsto pelo escritor. Embora estejam em busca de alianças, os principais concorrentes ao Planalto não se furtam de fazer ataques a seus adversários. Dessa maneira, a corrida pelo mais alto cargo do Executivo acaba dividida em duas partes: existe uma ciranda em busca de apoio eleitoral e, ao mesmo tempo, todos batalham para desconstruir as ideias dos concorrentes.
O que une verdadeiramente os candidatos deste pleito não é o amor mostrado nos versos de Drummond, mas sim as críticas que os personagens fariam uns aos outros neste soneto adaptado. Especialistas acreditam que o “mata-mata” é uma tendência nestas eleições, embora destaquem que a prática é condenável. Nas pesquisas de intenção de voto, no entanto, isso pouco reflete. “Em termos eleitorais, ainda não há retorno dessas tentativas de desconstrução de candidatura alheia. Algumas pessoas já têm seu eleito. Essa briga é coisa antiga nas campanhas eleitorais”, explica o pesquisador Henrique Cézar Barros, presidente do HC7 Pesquisa e Inteligência de Mercado.
“À medida que muita gente ataca (Jair) Bolsonaro, por exemplo, o intuito é aumentar o nível de rejeição dele. E esse aumento acontece gradativamente, mas o cara tem aproximadamente 13% do eleitorado já definido. E é uma coisa cristalizada, são pessoas fieis às ideias dele”, explica Barros. Ele diz que existem alguns meios de ataque mais eficazes que outros, que estão perdendo a credibilidade por causa dessa onda de fake-news. “De zero a 10, a população credita às redes sociais apenas quatro pontos de confiabilidade. O número dos veículos tradicionais, como rádio, jornal e televisão, é de 7,5 a oito pontos. A conversão de notícia também depende do lugar em que ela é veiculada”, complementa.
Para o cientista político Ivan Ervolino, criador da startup de monitoramento de contas públicas Siga-Lei, a história de um desmoralizar o outro se fortaleceu durante as eleições de 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) disputaram a cadeira no Planalto. “De um lado, ela falava que ele tiraria todos os benefícios que o brasileiro ganhou durante os governos do PT. Do outro, ele falava que os empresários ficariam de cabelo em pé com tudo o que aconteceria caso os petistas continuassem governando. Dilma ganhou no grito.”
Ervolino explica que o momento é propício para observações. “Veja a reação da classe política. Em vez de focar em costurar alianças, estão prestando mais atenção aos ataques. A justificativa para isso é a quantidade de candidatos que estão na disputa. Quanto mais concorrentes você conseguir eliminar usando apenas o seu discurso, mais esse cenário vai desinchar. Aí as chances aumentam”, acrescenta.
Na última pesquisa de intenções de votos divulgada pela Confederação Nacional de Indústria (CNI), na semana passada, Bolsonaro aparece em primeiro lugar, tecnicamente empatado com Marina Silva (Rede). O cenário analisado não conta com a presença de Lula nas eleições de outubro. Em um caso hipotético de participação do petista, teoricamente impedido de concorrer por causa de Lei da Ficha Limpa, ele teria 33% das intenções de voto, tornando-se, assim, o primeiro colocado na disputa.
Lula e Bolsonaro, que lideram o ranking em diferentes cenários, são também os primeiros colocados em índices de rejeição, com 31% e 32%, respectivamente, segundo o levantamento feito pela CNI em parceria com o Ibope. “A gente só precisa ter cuidado com os números prévios porque, de fato, estamos no meio de Copa do Mundo e as preparações para o pleito só começam efetivamente em agosto. A tendência é dar uma afunilada”, emenda Bezerra.
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As próximas movimentações dos presidenciáveis tendem a definir o futuro das campanhas, que serão mais curtas e terão menos dinheiro. É provável que quatro candidatos desistam de concorrer: ou para tentar cargos “menores” ou para costurar alianças rentáveis nas urnas. Ao menos um deles corre o risco de ter sua candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral. Outros podem desidratar e nem sequer sobreviverão até outubro.
Estado de Minas Bernardo Bittar
6 comentários
01 de Jul / 2018 às 09h38
Srs. Eu votarei Bolsonaro ou Marina,pois,os demais uns desconstruiram própria imagem política, outros, nem as tem. Eleição, serve pra expressar verdadeiramente, o Brasil que queremos. O da CORRUPÇÃO institucional ou com Menas CORRUPÇÃO pois, sem, só outro planeta,mas,seu VOTO,expressa se tens ou não CARÁTER. NÃO tenha PREÇO. Diga não a CORRUPÇÃO do PETROLÃO,ODEBRECHT OU MENSALÃO.DIGA NÃO.
01 de Jul / 2018 às 10h25
Sou Trabalhador e leitor de blogue. Gosto de política e notícias plural e sem manipulação. Trabalhadores Unidos vão vencer empresarios dono de TV e bancos. Hoje temos blog para nos instruir e orientar para um Brasil melhor. Viva os Trabalhadores. Viva os blog
01 de Jul / 2018 às 11h23
Todos amam o povo brasileiro.
01 de Jul / 2018 às 18h05
TODOS AMAM OS BRASILEIRO$$$$$$
01 de Jul / 2018 às 20h25
Desse aí só um não pode ser chamado de cossuPTo.
02 de Jul / 2018 às 01h57
Entre estes da foto, o menos ruim é o Senador Alvaro Dias.