A Ararinha-Azul, ave considerada como uma das mais raras do mundo, vai voltar ao seu habitat natural, no sertão baiano, mais precisamente a áreas de caatinga, em Juazeiro e Curaçá. A ave, descoberta a cerca de 200 anos, foi considerada extinta em 2000 quando a última espécie, que vinha sendo monitorada, desapareceu misteriosamente para nunca mais ser vista.
Organizações internacionais, com bases na Europa, em países como Bélgica e Alemanha, a partir de umas poucas aves criadas em cativeiro, conseguiram reproduzir a espécie, que em breves dias estarão voltando a habitar o sertão baiano. O Ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, que por coincidência foi um dos ambientalistas que defendiam a espécie quando ainda era vista no sertão, está na Alemanha formalizando as parcerias e logísticas que permitirão devolver as Ararinhas-Azuis ao seu habitat natural.
Após passar por Bélgica e Noruega, onde assinou acordos que também garantem parcerias para a Amazônia, o Ministro chegou a Alemanha, local onde teve o primeiro contato com cerca de 30 das 50 espécies que deverão vir em breves dias para o Brasil. “É um momento único, emocionante, ver essas aves, bem cuidadas e prontas para voltarem ao Brasil. São aves de pouco mais de um ano, que são mostradas pela primeira vez e que em breve habitarão o sertão da Bahia”, relatou o Ministro.
Um projeto de reintegração, que envolve as pessoas e comunidades de Juazeiro e Curaçá, incluindo a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, começará a ser implantado na região, com o objetivo de estimular atividades que gerem emprego e renda para a comunidade por meio de projetos de conservação e pesquisa, como o Museu da Ararinha, o Centro Temático da Caatinga, o Projeto Piloto de Recuperação da Várzea do Rio Curaçá e o Viveiro de Mudas da Ararinha-azul.
O RVS da Ararinha Azul terá 29,2 mil hectares e a APA, 90,6 mil hectares e vão compor um mosaico de UCs para conciliar a conservação de remanescentes de caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro, com o Programa de Reintrodução da Ararinha-Azul na Natureza, que prevê a soltura dos primeiros exemplares nos próximos dois anos.
“A criação das unidades é marcante. É uma luta e um sonho de muitos anos que conseguimos realizar, dando um importante passo para a consolidação do Sistema de Unidades de Conservação no Brasil”, disse o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte.
Da redação Blog Geraldo José
1 comentário
02 de Jul / 2018 às 20h32
É importante esse trabalho de preservação das espécies. Aproveito para lembrar que as ABELHAS entraram para a lista de espécies em extinção. Eventual fim das abelhas não nos deixaria só sem mel: dois terços do que comemos dependem do trabalho delas como polinizadoras.