O Hospital da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf) vem ao longo dos últimos anos se estruturando para potencializar seu atendimento de alta e média complexidade, já que a unidade é a única a oferecer estes perfis de atendimento à população do Vale do São Francisco.
No último mês de maio, o hospital realizou uma Paratireiodectomia Total, com reimplante das paratireoides, procedimento até então nunca realizado na região por uma unidade do Sistema Único de Saúde-SUS. A cirurgia é indicada para pessoas com hiperparatireoidismo secundário, condição em que há excesso do paratormônio (PTH), hormônio produzido pelas paratireoides responsável pelo equilíbrio do cálcio no sangue. Os pacientes com este distúrbio sofrem principalmente com perda óssea, já que a superprodução de PTH faz com que uma quantidade maior de cálcio seja retirada dos ossos.
“A cirurgia consiste em retirar as paratireoides, isso faz com que o nível do PTH baixe e a perda óssea cesse. Ao mesmo tempo, reimplantamos fragmentos da paratireoide no braço do paciente, para que futuramente o PTH volte a ser produzido pelo implante, mas em níveis menores”, explicou o cirurgião de cabeça e pescoço do HU, Aglailton Menezes.
Ainda segundo o médico, pacientes renais crônicos costumam evoluir para o hiperparatireoidismo secundário e acabam sofrendo com fraturas ósseas e doenças cardiovasculares. Existem tratamentos clínicos para a doença, contudo, em vários casos ela evolui em tal grau que a intervenção cirúrgica se torna necessária.
Anteriormente, todos os pacientes que necessitassem de uma Paratireiodectomia Total precisavam ser transferidos para as cidades do Recife-PE ou Salvador-BA. A espera para a realização do procedimento poderia levar até 05 anos, dependendo do grau de urgência de cada caso.
Foco no atendimento de alta e média complexidade
Para evitar que os pacientes da região passem anos em filas de espera por procedimentos cirúrgicos nas capitais, o HU-Univasf investe não apenas em equipamentos e na sua infraestrutura física, como também assinala a necessidade de os municípios integrantes da Rede Interestadual de Saúde (PEBA) assumirem a responsabilidade pelos atendimentos de baixa complexidade que acabam superlotando o hospital.
Segundo o superintendente do HU, Ronald Mendes, levantamentos mostram que cerca de 40% dos atendimentos são de baixa complexidade, ou seja, são pacientes que deveriam ser atendidos em Unidades Básicas e de Pronto Atendimento por não serem casos de urgência. Esse grande número de atendimentos fora do perfil assistencial estabelecido acaba prejudicando o serviço oferecido aos pacientes com problemas de saúde mais graves.
“Temos feito um movimento incessante junto aos Ministérios Públicos Federal e dos estados de Pernambuco e Bahia para que as secretarias de saúde estaduais e municipais tomem as medidas a fim de solucionar os problemas da Rede PEBA. Estamos reivindicando que a UPA do município de Petrolina funcione com o perfil de traumatologia, além disso, nós precisamos de leitos de retaguarda, que são aqueles nos quais os pacientes recebem os cuidados pós-operatórios e também temos buscado a ampliação do número de cirurgias oferecidas pela Secretaria do Estado da Bahia no Hospital Regional e na SOTE”, afirmou
Ascom HU-Univasf
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