Cerca de 10 animais, entre aves e répteis, voltaram à vida livre, no Complexo Eólico Umburanas. O trabalho de soltura foi realizado pela equipe de resgate de fauna, formada por biólogos e veterinário, que trabalham acompanhando os serviços de supressão vegetal a fim de mitigar os impactos sobre a fauna silvestre, em decorrência da implantação do empreendimento.
Na área a ser suprimida, a movimentação de máquinas e operários funciona como primeiro fator de afugentamento de espécies, em especial os mamíferos de médio e grande porte, além de várias aves. Contudo, alguns animais, com características comportamentais distintas e dificuldade de deslocamento, precisam de atenção especial das equipes de resgate, que fazem todo o acompanhamento até a soltura.
É o caso de espécies que mantém seus ninhos próximos ao solo, como as Choca-do-nordeste e Periquitos-da-caatinga, que foram soltos na última semana. “As Chocas foram resgatadas neonatas, mas estavam monitoradas desde o ovo. Elas foram encaminhadas aos cuidados do veterinário, assim como os periquitos, que chegaram recém-nascidos com menos de uma semana de vida”, informou a coordenadora da equipe de resgate de fauna, Nayara Bastos.
Quando alcançam a fase de se alimentarem sozinhos e tornam-se mais independentes, os animais são levados para o espaço de reabilitação de animais silvestres, localizado em uma área de preservação. Lá eles entram em contato com outros animais da mesma espécie, plantas e predadores, até estarem preparados para serem soltos em ambiente natural.
“Essa fase é muito importante, pois eles começam a ter contato com o novo habitat. Mesmo assim, como alguns são acolhidos por nós desde cedo, eles têm este espaço como porto seguro para retornarem. Então, mantemos sempre água e alimentação disponíveis para esses casos”, destacou a coordenadora.
Além das aves, as equipes costumam resgatar serpentes, roedores e lagartos. Em todos os casos, os animais são manejados somente quando necessário. “As equipes de resgate dão preferência ao resgate brando, promovendo o afugentamento para áreas próximas, no próprio local da supressão”, informou Nayara. Desde o início da obra, em novembro de 2017, cerca de 1.260 animais, de 146 espécies diferentes, já foram visualizados.
Ascom Luciana Bispo
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