Ao definir que novo cangaço são as quadrilhas que atuam no interior dos estados, fazendo roubos, furtos de bancos e de caixas eletrônicos, com a utilização de armamentos pesados, o doutor em Sociologia Luiz Flávio Sapori, avaliou a questão da segurança pública, principalmente nas cidades do interior.
O aumento dos índices de violência e o surgimento de novas modalidades do crime organizado têm demonstrado que nenhuma política pública na área de segurança obteve sucesso até hoje no Brasil. A inconsistência desses programas e o desmantelamento dos trabalhos bem-sucedidos ao longo dos anos passa pela dificuldade em institucionalizar as ações para além de programas de governo.
Para o doutor em sociologia Luís Flávio Sapori, que foi secretário-adjunto de Segurança Pública de Minas Gerais, entre 2003 a 2007, a dinâmica da violência no Brasil vai além da estrutura socioeconômica e dos precários indicadores sociais e não explicam como o país produz números de guerra civil, com 60 mil assassinatos ao ano, 50 mil estupros e mais de R$ 2 milhões de assaltos por ano.
Segundo Sapori, a redução da violência a longo prazo só é possível a partir da formulação e implementação de políticas públicas de controle da criminalidade consistentes e duradouras, tanto no campo da repressão quanto e, principalmente, na dimensão da prevenção social. Nesta entrevista ao Diario de Pernambuco, Sapori faz uma análise da situação da violência em Pernambuco e no Brasil e explica porque é um dos defensores do Pacto pela Vida.
Para ele, único programa hoje no país em vias de institucionalização. Flávio Sapori é um dos especialistas nacionais que, junto à Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), está trabalhando na reestruturação do Pacto pela Vida para além de interesses partidários e corporativos.
"Não há dúvidas de que a realidade em 2018 em Pernambuco e no resto do Brasil é bem diferente da de 2007. Hoje nós vivenciamos uma situação mais grave do crime organizado, do novo cangaço, que era um problema menor há dez anos. O Pacto pela Vida, como foi pensado em 2007, enfrenta novos desafios hoje, nesta segunda metade da década. O ideal é que o programa se adapte a essas novas realidades", avaliou Sapori.
Diario de Pernambuco
6 comentários
01 de May / 2018 às 16h10
As piores quadrilhas ta em Brasília. O pior eh que Dilma ganhou mais tomaram
01 de May / 2018 às 16h45
A transportadora tmb tem que inovar. Bicho na boa essas informaçoes sao vazadas previamente.Disso eu nao tenho dúvidas. Um carro desse eu, dono da transportadora, investiria em armamentos, treinamento dos seguranças e estrategia de segurança no momento do transporte. Poem seguranças bem armados em carros separados, deixando " blindado no meio" , essas viaturas nao precisarao estar muito proximos, e até o recurso dos drones , poderiam ser usados no monitoramento do carro forte. Duvido se assim esses bandidos encontrariam facilidades. Eu penso assim e vcs? Rsssss
01 de May / 2018 às 21h58
Nem de longe eu concordo com o doutor. O Cangaço é um fenômeno próprio, típico de uma época em que até no meio dos criminosos haviam códigos de honra e um espirito muito diferente desses meros pés de chinelo que se armam com armas pesadas, mas não tem valores próprios. É um fenomeno que testemunhou um Brasil de outro tempo, bem diferente do atual. Nenhum desses molecotes de facções tem 10% da coragem fisica de um cangaceiro como o famoso Meia-Noite, que sozinho de dentro de uma casa enfrentou 80 policiais. Os de hoje são ratos armados de fuzis.
02 de May / 2018 às 06h02
Verdade estamos pior que no Gangaço. Depois de perder 4 eleições seguidas, as elites dão um golpe de Estado, quebram o país e prendem LULA. Para evitar nova derrota.
02 de May / 2018 às 08h13
Lúcio satiro, vc está totalmente correto, não vivi no tempo de lampião, mas li suas histórias,não suportava traição. Valentes e corajosos, lutavam por uma vida melhor. Pra mim eles foram heróis.nao mereciam morrer da quele jeito.
02 de May / 2018 às 09h44
Há tempos cidades do interior de Mato Grosso, Pará, Rondônia, convivem com essa modalidade de crime, roubo e assalto a bancos, com características dos crimes praticados por Lampião e seu bando, e já era denominado nessas regiões por um "novo cangaço". Agora aparece um "especialista em segurança", seja lá o que isso significa, e diz que estamos vivendo em um "novo cangaço"... Não é preciso ser "especialista" em nada para se chegar a essa constatação...