Após denúncias de más condições no atendimento e falta de vagas nas salas de parto, a reportagem deste Blog visitou o Hospital Dom Malan/IMIP, em Petrolina. As 6 horas da manhã o desespero, olhares de dor pedindo ajuda. Mulheres gestantes na sala da recepção suspiram as dores da esperança. É o único sentimento que resta. A revolta silencia em soluços. "Nos ajudem em nome de Deus. Minha esposa tá sofrendo com dores de parto", diz Antonio José, morador de Santa Maria da Boa Vista, Pernambuco.
Damiana da Silva é de Sobradinho, Bahia. A irmã aguarda há três dias o atendimento. José Henrique é de Cabrobó lamenta que a esposa aguarda a hora do parto e não tem vagas. Pelos corredores do hospital gestantes estão em locais não adequados. Algumas estão sentadas em cadeiras. Para gravar e fotografar fomos informados que era necessário uma autorização da diretoria do Hospital. Sem ligar o gravador conversamos com familiares dos pacientes e eles confirmam. "é grande o desespero".
"Estamos numa situação de desespero. Não temos dinheiro para pagar o atendimento privado e a cada minuto que não somos atendidos é mais preocupante, não deixa de chegar mais gestantes no hospital", diz Damiana.
Através de uma nota, ontem, a assessoria informou que o Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina, assim como os demais serviços de saúde de referência da região, encontra-se superlotado. Em muitos momentos, tem atuado com 150% da sua capacidade. Ainda de acordo com a nota, o hospital, contudo, busca oferecer, dentro das limitações do serviço público, um atendimento de qualidade, humanizado e resolutivo à população de toda a Rede PEBA, composta de mais de 50 municípios e 2 milhões de pessoas. Por mês, o HDM/IMIP realiza mais de 600 partos.
Em Juazeiro os moradores também reclamam da superlotação da Maternidade e Hospital da Criança do município. A unidade não está suportando a demanda de pacientes do município e de outras 52 cidades baianas e de Pernambuco. A Secretaria de Saúde Municipal também admitiu a superlotação e diz que é resultado de uma limitação física da unidade.
Redação blog Foto: Ney Vital-Dom Malan
7 comentários
20 de Apr / 2018 às 12h24
Parabens Geraldo. Excelente reportagem. Deveria ir para os anais das câmaras de vereadores de Juazeiro e Petrolina este alerta que vale por mil discursos dos políticos.
20 de Apr / 2018 às 13h28
Isso é o resultado de um gestor incompetente, incapaz e totalmente despreparado para gerir uma cidade do porte de Juazeiro. Culpa do vaqueiro, que é outro da mesma estirpe. Voltem a derrubar seus bois e servir seus clientes na bandeja. Vaza!
20 de Apr / 2018 às 15h15
continuem acreditando e votando nesses que estão ai quem sabe um dia muda #sqn
20 de Apr / 2018 às 16h52
É muito óbvio colocar a culpa nos gestores, como o município vai suprir essa demanda de cada mulher tem 1 filho por ano, as ubs trabalham com programas de planejamento familiar e a procura é pouca, muitas não se interessam, então não venham reclamar de super lotação, é só se prevenir, camisinha existe pra isso, anticoncepcionais tb é com preço acessível, hoje em dia engravida quem quer, não estou defendendo aqui nenhum partido político, só acho que as mulheres tb tem suas responsabilidades perante a sociedade, ficam parindo um atrás do outro e depois não tem condições financeiras para cuidar
20 de Apr / 2018 às 17h01
Hoje em dia o que mais vejo são jovens grávidas sem preparo nenhum para assumir responsabilidades, jovens fumantes, não seguem orientações dos profissionais adoram se alimentar de frutas com sal e no final da gestação a pressão sobe e tem eclampsia, são todas inrresponsaveis, inconsequentes e depois vão para a mídia reclamar de superlotacao. MULHERES É SÓ SE PREVINIR QUE VCS EVITAM MUITA COISA
20 de Apr / 2018 às 17h09
100 atrações... Bora povão vamos ao São João do Vale, e daí que Petrolina não tem um hospital descente e que o povo está sofrendo (ainda cabem no trauma). Bora.... bora cantar e dançar depois nos chinga o prefeito. Me poupe viu....
21 de Apr / 2018 às 02h12
Excelente reportagem Geraldo, eu que o diga quanto a super lotação de gestantes no Hospital Dom Malan, minha irmã para parir, tive que acionar ,médicos , enfermeiras, assistente social. Um verdadeiro terror ali dentro, ninguém toma providências. Questionei o seguinte... se o Hospital não suporta essa demanda ,por que os recebem? O que o povo tem que fazer é abrir a boca, ir á rua ,reivindicar nosso direito a uma saúde digna. Tem gestantes demais para pouco espaço e profissionais. Cheguei á casa assustada com tudo que vi.