Moradores de Juazeiro reclamam da superlotação do Hospital da Criança do município. A unidade não está suportando a demanda de pacientes do município e de outras 52 cidades baianas e de Pernambuco.
A espera no pronto atendimento pode demorar horas, e tem gente que chega a ficar de um dia para o outro só esperando resultado de exames. A dona de casa Ane Carolina Pinto diz chegou ao local na última segunda-feira (16) de manhã e, mais de 24h depois, ainda aguardava resultado de um exame para poder retornar para casa.
"A gente fica com os filhos doentes, precisando de atendimento urgente, cansado, e os médicos vão atender quando bem querem. às vezes a gente entra na sala, e os médicos estão mexendo no celular, e a gente como mãe não gosta", reclama.
A unidade de saúde tem 78 leitos e, de acordo com a Secretaria de Saúde, pouco mais de 50 são para a parte de obstetrícia. Os demais leitos são destinados ao atendimento de pediatria, um número pequeno para a grande demanda. A estudante Carla Laiane Pereira contou que esteve com a filha na unidade de saúde após a criança ter uma crise de asma, e que precisou esperar mais de 5h para ser atendida.
"Colocaram ela em último, e quando a médica avaliou, colocou um aparelho que media o cansaço dela e ela disse que minha filha estava numa situação grave que não era para estar numa classificação dessa. Ela então medicou a minha filha e passou nebulização", disse a mãe da criança.
"Eu cheguei 3h, mas tinham mães que estavam lá de 8h, de 12h, muitas que não tem parentes próximos, muitas que não dispõem de um transporte para poder ir em casa se alimentar. O que a gente quer é respeito, e a gente não tem tido esse respeito", reclama Carla.
A espera da estudante Mariana de Sauza e do filho dela, o pequeno Nícolas, de 4 anos, durou horas. "Muito cansativa e preocupante, porque o Nícolas está com um problema muito grave no rim esquerdo e só me resta esperar. Eu preciso do resultado", diz.
A Secretaria de Saúde Municipal admite a superlotação e diz que é resultado de uma limitação física da unidade.
"Há superlotação, sim. A nós, enquanto gestão municipal, caberia ampliar a equipe técnica do serviço e nós fizemos. Manter a unidade fincionando, do ponto de vista de abastecimento diário para que não falte insumos para as mulheres, a gente também tem feito. Agora, a capacidade instalada é uma questão física que está acima do nosso potencial de resolução. Porém, sabemos do nosso compromisso sanitário com a saúde dos pacientes e não vamos fechar a porta do hospital, porém a população tem que estar ciente da situação de superlotação quando se direcionarem para os nossos serviços", destaca a secretária de saúde de Juazeiro, Fabíola Ribeiro.
G1 Bahia Foto:TV São Francisco Foto Ilustração
5 comentários
19 de Apr / 2018 às 18h17
jornalista Ricardo Kotscho criticou a decisão que não autorizou a entrada do argentino Adolfo Perez Esquivel, Premio Nobel da Paz, na sede da Polícia Federal em Curitiba para visitar o ex-presidente Lula, que é mantido como preso político no local; "É possível que ninguém no governo brasileiro tenha se dado conta até agora do vexame internacional causado por este gesto autoritário de impedir um Premio Nobel de entrar nas suas dependências carcerárias?", questiona o jornalista; "E se o papa Francisco, argentino como Esquivel, pedir para visitar Lula, vai ser barrado também?", pergunta Kotscho
20 de Apr / 2018 às 06h04
A economia de 10 ou 15 mil reais de aluguel da antiga Só Baby acabou fazendo a diferença. É de conhecimento de todos que Juazeiro tem pactuação com outros municípios, inclusive recebe recursos que seriam desse municípios para realizar esses atendimentos. O que falta é planejamento. Acabaram dividindo o mesmo espaço da maternidade Clise e agora tanto a maternidade quanto o hospital da criança estão pequenos para funcionar adequadamente. Estamos falando de crianças e não do rebanho do ex-gestor. Crianças nos bancos de cimento é uma vergonha para nossa cidade. Estamos virando um Rio de Janeiro.
20 de Apr / 2018 às 09h52
Há uma demanda por conta de muitos outros municípios que não possuem maternidade, hospitais e nem querem ter, pois é mais fácil comprar uma ambulância e enviar o problema para os grandes centros. Contudo essa pactuação seria uma forma de resolver o problema de outros municípios, no entanto afoga o sistema local.
20 de Apr / 2018 às 09h56
Porém todos sabem que há hospitais na cidade desativados e abandonados, mas de INTERESSE PÚBLICO, onde se há pactuação há recursos e compromissos com os demais municípios, então buscar alternativas é um compromisso assumido e não cruzar os braços e dizer que não há espaço físico. Se fosse filhos ou pais de políticos não ficariam nas portas dos hospitais nem tão pouco seriam atendidos e mantidos em corredores.
20 de Apr / 2018 às 10h03
Está precária a situação tive no domingo no hospital da criança e minha filha nem foi atendida disseram que o caso dela não era de urgência e mandaram aguarda pois fiquei lá mais de 4 horas e não consegui atendimento para minha filha que já estava a 3 dias dando febre e com uma tosse sem comer nada e até hoje ela ainda está com a tosse e diz que os peitos doe quando tosse estou dando remédios caseiros pois nem quiseram atendê-la para passar medicamento