Com o anúncio da superlotação do Hospital da Universidade Federal do Vale do São Francisco, medida que atinge pacientes de Juazeiro e Petrolina e mais cerca de 50 municípios, este Blog recebeu dezenas de e-mails. A maioria aponta que os problemas, em especial com a saúde é uma das principais preocupações do brasileiro e também um dos maiores desafios dos governantes que assumiram prefeituras e Estados.
Este Blog apurou com exclusividade um levantamento do Ministério da Saúde para atestar a qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS), a média nacional ficou em 5,5, em uma escala de 0 a 10. O sistema de saúde público que tem a pretensão de atender a todos os brasileiros, sem distinção, apresenta falhas em seus principais programas. Um exemplo é o Saúde da Família, que tem o objetivo de atuar na prevenção de doenças, alterando um modelo de saúde centrado nos hospitais.
Em 20 anos, no entanto, nenhum estado alcançou cobertura completa. Apenas dois ultrapassaram os 90% de cobertura: Piauí e Paraíba. Na outra ponta, sete estados têm atendimento abaixo da metade: Amazonas, Rio de Janeiro, Paraná, Roraima, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, com 20%. A consequência dessa e de outras falhas são hospitais lotados. Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) indicam que 64% dos hospitais estão sempre com superlotação. Apenas 6% nunca estão cheios.
No final da semana passada, a Assessoria de Imprensa do Hospital Universitário, localizado em Petrolina, informou que está desde a noite de quinta-feira (29), com todas as Salas de Emergência e Unidade de Tratamento Intensivo ocupadas e sobrecarregadas. Por isso, a unidade não pode mais receber pacientes que precisem ou estejam aguardando ventilação mecânica.
O hospital atende 53 municípios está trabalhando com quase 150% da sua capacidade. A nota comunicou ainda que o HU informou a Central Interstadual de Regulação de Leitos e a Rede Interestadual Pernambuco e Bahia sobre a situação.
No ano de 2014, pela primeira vez, uma auditoria foi realizada nos hospitais públicos e mostrou o tamanho dos problemas enfrentados por milhares de brasileiros. Mais de 60% dos hospitais estão sempre superlotados. Faltam leitos e equipamentos, médicos. Os números retrataram o caos da saúde. O Ministério da Saúde na época reconheceu que há problemas e que tem investido em construir mais hospitais e levar mais médicos para as cidades. O relatório trouxe um retrato bem conhecido pelos pacientes da rede pública e que continua atual
Os hospitais sempre cheios são uma reclamação recorrente entre os pacientes da rede pública de saúde. “Nunca tem vaga, ou não tem médico pra atender”. Uma fiscalização feita pelo Tribunal de Contas da União confirmou o problema. Os técnicos visitaram 116 hospitais e prontos-socorros do país. 64% estão sempre superlotados. Os outros 36% também passam por essa situação, mas com menos frequência.
O levantamento do TCU verificou que:
- 77% dos hospitais mantém leitos desativados porque não há equipamentos mínimos, como monitores e ventiladores pulmonares;
- em 45%, os equipamentos ficam sem uso porque faltam contratos de manutenção;
- 48% sofrem com deficiência de instrumentos e móveis básicos para prestação dos serviços.
Em 80% dos hospitais fiscalizados pelo Tribunal, faltam médicos e enfermeiros e quase a metade desses hospitais tem leitos fechados, exatamente pela falta de profissionais.
Com relação ao comunicado do Hospital Universitário de superlotação e necessidade de dialágo com a comunidade, até o momento nem o Sindicato dos médicos da Bahia e o de Pernambuco se manifestaram sobre o assunto. As Secretarias de Saúde da Bahia e de Pernambuco até o momento parece que preferiram ignorar a situação.
Redação Blog Foto: Arquivo
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