“Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão”. (Eça de Queiroz, Escritor Português, 1845-1900)
Exatamente hoje, 25/03/2018, às 23:00h, está completando seis anos que este Blog publicou a minha crônica sob o título A POLÍTICA E O TEATRO (publicada em 25 de março/2012, às 23:00h), na qual fazia uma analogia apenas figurativa entre o papel do político e os atores teatrais – ressalvado o respeito que os artistas merecem -, cujo significado permanece atual. Dizia que: “No cenário da disputa política são muitos os atores que se apresentam para a montagem da grande peça eleitoral, cujas atitudes e comportamentos refletem, em muitos momentos, todas as características inerentes aos espetáculos do verdadeiro teatro. Tem artistas veteranos em fim de carreira, atores jovens ainda imberbes ou de meia idade, e novatos estreantes nos palcos. Tem os que se tornam astros, outros que não passam de meros coadjuvantes. Alguns insistem em se manterem ativos nos palcos por toda a vida, outros se recolhem a posições de direção de novos espetáculos, transferindo experiência e ensinamentos aos mais jovens”.
Essa linha de pensamento é robustecida pela convicção, sempre presente, tanto porque velhas raposas da política continuam pretendendo dar as cartas, como está acontecendo o surgimento de improvisados nomes sem o mínimo perfil para a alta representatividade do cargo de Presidente da República, tipo Guilherme Boulos (PSol), João Amoêdo (Novo), Manuela D’Ávila (PC do B), Paulo Rabelo de Castro (PSC), Aldo Rebello e Beto Albuquerque (PSB), e Valéria Monteiro (PMN), pra não falar dos incipientes nomes de Luciano Huck, Levy Fidelix e Eymael, esses dois últimos eternos candidatos!
Dizia mais: “Naturalmente que no plano nacional temos inúmeros casos de políticos que não querem “largar o osso” (leia-se José Sarney, Edison Lobão, Jáder Barbalho, José Serra, dentre outros) e em todos os municípios brasileiros, quase sem exceção, os leitores devem conhecer muitos e semelhantes personagens. No nível internacional vale recordar a política americana, que permite a reeleição apenas uma vez e depois da alternância no cargo o ex-presidente se recolhe ao seu ostracismo, vai cuidar de suas fundações, criar gado em suas fazendas ou viajar pelo mundo, sem qualquer nova interferência na política nacional”. Então, como é possível o leitor constatar, um Artigo escrito há seis anos, continua muito atualizado!
O que turva a ansiedade do brasileiro neste ano eleitoral de grande expectativa de mudanças é a pouca luz que se vislumbra no final do túnel, além de um horizonte meio cinzento quanto a propostas concretas de renovação e revestidas de conteúdo. Ainda convivendo em um cenário conturbado pelas intermináveis investigações quanto à imensa nuvem da corrupção que desabou sobre o país, onde os personagens envolvidos se multiplicam a todo momento, é incompreensível que entre os pretendentes ao cargo de Presidente da República hajam corruptos notáveis, indignos da piedade do cidadão sério quanto mais do voto do eleitor! É inconcebível que, enquanto em outros países sérios o crime é punido com rigor para que se preserve o respeito e a dignidade, aqui se exalta o criminoso numa negação de todos os princípios básicos da moralidade.
Reportando-me à comparação simulada do presente título, no grande teatro político do Brasil os atores não se renovaram porque as lideranças jovens são impedidas no seu crescimento natural, até mesmo porque o seu aprendizado terá de passar pela assimilação de certas regras pouco ortodoxas da cartilha partidária!
Como foi citado no texto anterior e não me canso de repetir pela lição que transmite, a frase do saudoso amigo Edson Borges Rodrigues, o “Edinho da Farmácia”, ex-prefeito de Uauá (1966-1970), que dizia: “SEU AGENOR, O PODER É SEDUTOR”! E esta sedução incontrolável pelo poder tem contagiado muita gente! Ou seja, aquele sábio amigo, sabia o que estava dizendo. As provas aí estão.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.
7 comentários
25 de Mar / 2018 às 23h01
Esta sua analogia com o teatro revela o que temos na política brasileira: atuação no palco e falcatruas nos bastidores. Realmente, Agenor, ficamos sempre olhando os mesmos atores políticos e seus "postes", em incansáveis reeleições, mas esta culpa não é apenas deles. É de uma nação sem criatividade, acomodado e que sempre preferiu atribuir a outros países o seu atraso e estagnação. Os brasileiros esclarecidos e que se destacam precisam assumir o comando político do país. Só assim as velhas raposas poderão descansar. O que não ocorre pois ainda encontram cordeiros inertes. FOZ DO IGUAÇU-PR
25 de Mar / 2018 às 23h09
Um texto condizente com a realidade vivenciada pela população. O amigo de Agenor já dizia a mais pura das verdades. E essa verdade está aí para todo mundo ver. Resta-nos como donos do Poder que somos, saber a quem confiar para que surpresas não venham acontecer, ou do contrário, CONTINUAR vendo o teatro que ultimamente eles estão fazendo.
25 de Mar / 2018 às 23h14
Parabéns Amigo! Artigo mais que atual!!! (Irecê-BA).
25 de Mar / 2018 às 23h20
Realmente a sua visão entre a política e o teatro faz sentido. Todavia, há de se conceber que, em razão da velocidade das informações no mundo que ficou mais rápido e o aperfeiçoamento democrático, a sintonia do interesse público deve alcançar maior austeridade com o avanço sistemático da ciência política. A propagação do interesse do povo na mídia: QUAL É O BRASIL QUE VOCÊ QUER PARA O FUTURO? As manifestações que vem surgindo espontaneamente, se verifica que os indivíduos começam a perceber que políticos desonestos e aproveitadores começam a ser banidos do cenário da vida pública (Manaus-AM)
26 de Mar / 2018 às 05h36
FREI BETTO: NÃO HÁ PROVA CONVINCENTE CONTRA LULA "Até agora não vi nenhuma prova convincente apresentada contra Lula. Como confessou um promotor da Lava Jato, 'não temos provas, apenas convicções'. Estranho que líderes de outros partidos, comprovadamente criminosos, com gravações e documentos, continuem tranquilamente exercendo seus mandatos políticos", disse Frei Betto. Fariseus Golpistas e traidores Temerários perseguiram e mataram Jesus sem provas. 25 de Março de 2018 às 09:03 // Inscreva-se na TV 247
26 de Mar / 2018 às 05h45
Há 30 anos grita-se a estes homens: matem, matem, que bandido bom é bandido morto. Querem que aprendam outra coisa além de matar? E vamos seguindo neste Vietnã tupiniquim, onde não se faz prisioneiro nem se socorrem feridos. Só há morte e morte chama morte. Mesmo que ela seja, todo dia, a morte que temos vivos, quando perdemos nossa humanidade e nosso sonho de sermos uma sociedade civilizada.
26 de Mar / 2018 às 11h03
Infelizmente, Eden Lopes Feldman, essas pessoas que você se refere, a maioria do eleitor brasileiro não vota, porque elas não sabem representar teatralmente em uma campanha política, perdendo espaço para as velhas e novas raposas que vão surgindo, geralmente oriundos da descendência das velhas raposas, para continuar a oligarquia.