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O Rio São Francisco já não apresenta a mesma vitalidade. Hoje enfrenta uma redução crítica em seu volume d'água, alerta pesquisadores

Sob Estresse Máximo, o Velho Chico, Rio São Francisco pode colapsar. O Rio São Francisco já não apresenta a mesma vitalidade. Hoje enfrenta uma redução crítica em seu volume d'água, comprometendo a geração de energia hidrelétrica e a agricultura que dele depende. 

No texto de Geraldo Fernandes, Centro de Conhecimento em Biodiversidade, Universidade Federal de Minas Gerais e Stephannie Fernandes
Florida International University, Florida, EUAanálise, o alerta ressoa com urgência: estamos à beira do colapso ambiental. As evidências se acumulam de uma forma alarmante, pintando um quadro sombrio da nossa realidade, que inclui desmatamento acelerado, queimadas descontroladas, enchentes devastadoras, perda crítica de superfícies aquáticas, erosão da biodiversidade e aquecimento global desenfreado...

Rio São Francisco está sendo invadido por espécies de peixes que não são nativos do Velho Chico, alerta pesquisador

O rio São Francisco está sendo invadido por espécies de peixes que não são nativos do Velho Chico. Isto está sendo constatado principalmente no baixo curso do rio. Segundo o professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e coordenador da Expedição Científica do Baixo São Francisco, Emerson Soares, os tucunarés, apaiaris e tilápias, que são ciclídeos, se adaptaram muito bem à região.

“Além de serem prolíficos, com grande voracidade, e predadores, tem a questão do aumento da salinidade, devido a retenção de água para geração de energia elétrica e irrigação. Também há as espécies costeiras que adentram nas águas interiores que competem com os organismos nativos de água doce por alimento. Estas são desfavorecidas pela mudança de qualidade de água. Dentre as espécies de peixes costeiras que adentram no continente, citamos camurupim, robalos, tainhas, baiacus e xaréus, por exemplo”, explicou...

"Infelizmente cidades da beira do Rio São Francisco jogam esgoto diretamente in natura no Velho Chico", alerta pesquisador

Ano passado uma expedição começou a percorrer o Rio São Francisco para avaliar a situação das águas e procurar sinais de poluição. O grupo de 60 pessoas, entre pesquisadores e equipes de apoio, percorreu cerca de 180 quilômetros na região conhecida como Baixo São Francisco, saindo da cidade de Penedo e chegando a Peneiras, ambas no estado de Alagoas.

Durante 11 dias, entre novembro e dezembro, pesquisadores navegaram pelo Rio São Francisco para avaliar a saúde de um dos rios mais importantes do país. Do alto, na água, por terra: é a bacia do baixo São Francisco, da represa de Xingó à foz, sendo examinada por 47 pesquisadores de universidades federais do Norte e do Nordeste. Eles coletam amostras de água, de plantas, do fundo e nas margens do rio...