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De onde nasce a poesia

* Paulo Carvalho

De tuas entranhas,
Do odor de tua pele,
Do suor e do sangue,
Do calor do teu corpo,
Entre tuas pernas...

Abertas ou fechadas
Como janelas cansadas,
Atrevidas, caladas.

Nasce do medo,
E da cor do dia,
Da tristeza 
E da alegria, 
Até da própria poesia!

Nasce do grito,
Da dor da mulher parida,
Da satisfação,
Da necessidade,
Da leitura ao pão, 
E da própria vida!

De onde? De tudo!
Até do absurdo! 
Do poeta que não fala,
Da dor que se cala,
Quando pareço mudo!

De onde? Do caos!
Da guerra dos mundos,
Dos olhos perdidos,
Atrevidos, sem esperança,
Da moça e da criança.

Nasce também da dança,
Dos lobos na madrugada,
Nasce do amor, 
E do amor à amada!

Nasce quando choro,
Imploro e quero colo,
Nasce quando da minha veia,
A inspiração parece teia,

E a minha poesia é nada mais
Que dois dedos na areia!

* Paulo Carvalho, jornalista, poeta e escritor. ..

Das Tropicálias - ao movimento do Movimento

E quando ela samba,

Ao som do samba,..

Depois do Golpe ou Apenas mais um dia

* Paulo Carvalho

Não foi uma explosão,
Nem um atentado, 
Uma guerrilha...
Morte ou coisa assim,
Não é o mesmo setembro
Da história de outro país,
Nem outra página,
Nem outra bomba, sei lá!
Tem coisa que nem me lembro,
Ah, mas eu falo de outro setembro,
Aquele azul, de sol, primavera?
Não! Aquele do discurso falso,
Do sermão enojado, 
Dos picaretas, golpistas.
Aqueles caras, das velhas caras,
Sim, estão na minha lista!..

Juá, Juazeiro!

Caatinga!
Cantiga de ninar!

Que teus pelos,
Juazeiro,
Não me façam 
Te amar, só por amar!..

Oh, Sobradinho!

* Por Paulo Carvalho

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