Palavras Andantes em única sessão no palco do Janela 353
Cinco atores dão corpo e voz às palavras e histórias escritas por autores daqui do Vale do São Francisco. Poemas, contos e músicas que representam o nosso imaginário mítico, a exemplo do poema, “A Mulher sem Escrita” “Sabia ler as contas dos rosários./ Sabia contar histórias, sabia recontá-las também./ Não sabia ler as palavras presas nas páginas dos livros./Sabia ler as palavras movidas nas coisas do mundo” do juazeirense Álamo Pimentel colhido no livro “Giramundo”, que inspirou a atriz Ádila Madança a se enveredar também no universo da escrita, se transformando em uma das poetizas do projeto. Outros poemas ficam a cargo de Virgílio Siqueira com o “Ator”, e Gildete Lino de Carvalho com “Amanhecer” que se tornaram para o grupo verdadeiras orações que alimentam o fazer artístico e a esperança por um dia mais pleno e potente.
Já os contos têm características do realismo fantástico e versam sobre o prazer de ouvir, ler e contar histórias, são duas felizes criações um o “Teto Cheio de Furos” de Cátia Cardoso que pode ser encontrado no sensível livro “Trinta Contos Para Não Morrer”, e o outro, o inédito Luzia “Luzia ardia. De amor e poesia. Um dia me levou para o quintal. Desabotoou o vestido. Trouxe ‘as flores do mal’. E um desejo incontido. Se encostou atrás do tanque. Com olhos cintilantes. Sussurrou em meu ouvido. Versos de Walt Whitman... Não entendi. E ninguém entenderia...” de Luís Osete de Carvalho...