Frei Betto: Minha segunda despedida de Lula
Às 7 da manhã da sexta, 6 de abril, despertei Lula que dormira em um quarto improvisado, sobre um colchão estendido no chão, na sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Fui me despedir do amigo, já que eu tinha voo marcado para 10h. Recordamos que há 38 anos, também em abril, eu dormia na casa dele quando os policiais do DOPS foram prendê-lo por liderar a greve metalúrgica contra a ditadura militar.
Em tempos de intolerância, guardo sempre a lição que o ódio é um veneno que você toma esperando que o outro morra... Por formação e princípio cristão, não confundo amizades com divergência de ideias. Em minha família há pessoas de diferentes ideologias e atividades profissionais, inclusive generais e banqueiros...