Em entrevista ao programa Roda Viva, Bolsonaro ignora escravidão e golpe
O Brasil não tem dívida histórica com a escravidão. Essa foi uma das opiniões manifestadas pelo candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), durante o programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura, quando questionado se seria favorável à manutenção da ação afirmativa de cotas raciais nas universidades. Segundo Bolsonaro, os portugueses não pisavam na África e “eram os próprios negros que entregavam os escravos”. Ele afirmou: “Que dívida é essa, meu Deus do céu. Um negro não é melhor do que eu, nem eu sou melhor do que ele. Por que cotas?”, indagou, assinalando que terminar com a política de cotas dependeria do Congresso Nacional, mas que ele proporia a diminuição dos percentuais.
Não foram poucos os “equívocos” e as distorções de fatos históricos citados por Bolsonaro para voltar a defender pessoas como o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do Doi-Codi do II Exército (1970-1974), um dos órgãos que operou na repressão política durante a ditadura militar (1964-1985). Em 2008, Ustra se tornou o primeiro militar condenado pela prática de tortura e, embora reformado, continuou politicamente ativo nos clubes militares, em defesa da ditadura...