Documentário aborda problemas socioambientais da mineração no norte da Bahia
"Tão singela, que ninguém observa". É assim que dona Ediva Bastos, da comunidade Angico dos Dias, em Campo Alegre de Lourdes (BA), define o fino pó que passou a fazer parte do seu cotidiano há cerca de uma década e meia. Às vezes imperceptível aos olhos, a poeira, e os graves problemas decorrentes dela, são percebidos e sentidos diariamente pela população local. O pó é produzido 24 horas por dia, sem pausas, pela empresa de mineração Galvani, que extrai fosfato a poucos metros das casas dos trabalhadores/as rurais.
Ediva, conhecida como Dona Menininha, mora há mais de 70 anos na comunidade tradicional de fundo de pasto. Ela é uma das entrevistadas do documentário "Ninguém observa? Sufocados pela poeira e ameaçados pelo grileiro", de Thomas Bauer, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Bahia. Em seu depoimento, Dona Menininha conta com detalhes como a vida dela e de seus vizinhos eram um "cantinho do céu" antes da chegada da mineradora, que acabou com o sossego das comunidades na região. ..