Artigo - O povo terá que ser domado com espetáculos morianos
O novo governo que assumirá em janeiro ganhou as eleições se utilizando pela primeira vez de táticas militares bem definidas, obedecendo a uma estratégia que agora se descobre bem construída e bem assessorada por agentes externos. Não se sabe se isso poderá a longo prazo politicamente dá certo, porque se entende que a guerra é a extensão da política, e não a política a extensão da guerra. Mas fica bem claro nas primeiras atitudes antes de efetivamente assumir o posto que mudanças substanciais serão as premissas desse novo contexto do chamado populismo de direita de Steve Bannon.
Três pontos centrais compõem o desenho do que será o novo governo, e estão articulados entre si. No plano externo, alinhamento acasalado com os Estados Unidos de Donald Trump, na economia o desmonte de estruturas essenciais do Estado e uma reforma da Previdência muito mais brutal que a de Michel Temer, e na arena interna carta branca para que Sérgio Moro transforme o Ministério da Justiça num instrumento de diversão do público e de perseguição política aos adversários...