Artigo - O manto da Padroeira
A Seleção Brasileira, que este ano lutará pela conquista do hexacampeonato mundial nos gramados do Catar, tem uma relação holística e transcendental com seu uniforme, para o bem ou o mal. Há episódios antológicos, nos quais o traje, como se fosse mais um jogador, ganha forte identidade como protagonista ou vilão.
Uma dessas passagens ocorreu há 72 anos, na chamada "tragédia do Maracanã", quando perdemos, de virada, a final da Copa do Mundo de 1950 para os uruguaios. Poucos se lembram, mas o goleiro Barbosa não foi o único responsabilizado pela derrota por parte da imprensa e a opinião pública. A camisa branca com golas azuis também foi sumariamente condenada, sob a acusação de que não era "suficientemente nacionalista". Expressando tal sentimento da torcida, o jornal carioca Correio da Manhã publicou editorial criticando-a pela "falta de simbolismo moral e psicológico"...