Artigo: Analógicos, gracas a Deus!
Nasci em modo analógico. E gostei. Sempre estive adaptada e não me custava tanto esperar as coisas se sucederem. Cultivar desejos, aguardar uma oportunidade, semear e aguardar pelo tempo da colheita seja de lá o que fosse não me era um fardo assim tão pesado. Era a vida em modo analógico. E eu estava em paz.
Procurar por algo numa loja, varrer quilômetros quadrados atrás daquilo que fosse desejado, até esperar numa fila tinha lá o seu encanto, porque era uma pausa obrigatória no dia para ler aquele livro que sempre carregava comigo na bolsa, quando, de outro modo, o tempo "usurpado" para a leitura seria julgado pelo mundo como "ócio". Enfim, a vida era assim. E éramos felizes...