ARTIGO – “FILHO FEIO NÃO TEM PAI”
Esse é um dos muitos provérbios portugueses que enriquecem o universo dos ditados populares, sempre encontrando adequação às mais diversas situações do cotidiano, principalmente quando se busca a justificativa para fugir às responsabilidades diante de algum fato negativo praticado. Quase sempre, também, quando o filho é muito bonito, o que mais se ouve é a frase orgulhosa de um certo coruja a dizer que “é a cara do pai”! Quando a situação é inversa e não tão favorável, o silêncio domina o momento. Assim é, infelizmente, a humanidade com suas facetas inusitadas.
No Brasil, por analogia, está arraigada no comportamento humano uma forte tendência à prática do silêncio comprometedor - quando não irresponsável -, protegendo a identidade de alguém por certos atos sob o apanágio do crime da omissão. De forma acentuada essa é uma característica presente e dominante na vida pública, onde as irregularidades quase nunca são apuradas, os projetos e obras são superavaliados e, o pior, às vezes ocultam as intrigantes e manhosas maledicências financeiras. Ah, se a Lava Jato desse uma passadinha por essas sujeiras para lavar tantas sujeiras que por certo existem e não são poucas!..