Nenhum texto que se proponha a homenagear o Nordestino, no dia que lhe foi reservado no calendário oficial, 08/outubro, pode prescindir de iniciá-lo reafirmando a histórica frase do escritor Euclides da Cunha: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte” (Os Sertões, 1ª Edição, 1902). Essa afirmativa, tão singela quanto verdadeira, ultrapassa o tempo e se eterniza na memória de quantos conhecem a força e a coragem da gente do sertão: O trovador usa a frase como mote dos seus versos, quando nas feiras livres exalta o inconfundível perfil do nordestino. Os políticos dela se aproveitam quando na empolgação dos seus discursos, nem sempre transmitindo a verdade desejada.
Não basta fazer poesia ou tecer altos elogios em oratórias cheias de empolgação, mas é preciso ter a sensibilidade para sentir e interpretar o verdadeiro significado do adjetivo “forte” de Euclides. Também não tenho a pretensão de fazê-lo. A capacidade de resistência da gente sertaneja vai além dos limites de meras definições literárias ou científicas. O suor com sabor de sangue que lhe corre nas faces parece emergir das suas entranhas como um bálsamo para a pele, que queima sob a intensidade do sol. Não se quebranta com pouco sofrimento, nem se arrefece ante os grilhões da dor, da sede e da fome, como se lhe fossem alimentos de vida. É um forte que está mais para o verdadeiro sentido de fortaleza, muralha, que resiste bravamente às adversidades...