Os debates de conjuntura do país dominaram as atividades de encerramento da programação política de homenagem aos 30 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), neste sábado (9), no município de Itamaraju, no extremo sul da Bahia. Depois de se divertirem, na sexta (8), ao som do músico Chico César, banda Levante, Gerri Cunha e de Targino Gondim, a militância, convidados e políticos envolvidos no evento ampliaram as discussões entorno do 'Fora Temer'. O protesto foi principalmente direcionado à paralisação da reforma agrária e contra as reformas propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB), sem a participação da população. "Não vamos dar sossego para golpistas. Estamos revigorando as energias para cada um voltar para sua região com instruções e ainda mais organizados e combater esse governo ilegítimo e sem voto", declara o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA). O MST também reivindicou a reforma agrária popular, o direito à livre manifestação, cobrou eleições diretas e fez uma análise sobre os retrocessos dos direitos sociais.
Na mesa de debates, deste sábado, a análise de conjuntura passou pelo dirigente nacional do MST, João Paulo Rodrigues, pelo reitor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), José Bites e pela professora doutora em educação da Ufba, Celi Tafarel. João Paulo fez uma análise de conjuntura a partir da perspectiva da luta de classe, partindo dos aspectos internacionais até a realidade local; e citou a resistência da luta na América Latina como uma referência para o mundo. "O papel do Papa Francisco é dos trabalhadores. Ele tem sido uma das melhores novidades a nível internacional dos últimos anos, talvez da Igreja Católica dos últimos 50 a 60 anos, porque além de trazer um conteúdo progressista sobre as questões ideológicas da igreja, do Vaticano, toda liturgia, o Papa Francisco tem se metido em temas que é da alçada do movimento popular, em debates sobre questões ambientais como transgênico, direitos sociais, terra e trabalho"...