Juazeiro, Juazeiro
* Carlos Laerte
Juazeiro, a gente vê só de pedacinho. Não adianta querer comer tão somente um acarajé ao lado dos antigos Correios. Há que beber também toda uma paisagem de ponte, pernas e rios, que sensualmente passam pra lá e pra cá quando é de tardezinha. Juazeiro, a gente nunca ouve de pouquinho. Em qualquer silêncio, sobrevive um grito de esperança. O cais cheira à música antiga e o poeta, às mulheres que estiveram com ele. A vida assim, tecida em prosa, agulha, verso, linhas, retalhos e rendas. Em fios de luz, 142 anos trespassados. Juazeiro, a gente nunca sabe com que roupa. Irreverente e indomável, a cidade não sai da moda; despida de frescura e arrodeios...