O resultado verificado nas últimas eleições foi sintomático do nível de ansiedade que dominava o nosso eleitorado, pela expectativa de mudança na política nacional, visto os desmandos administrativos e financeiros em que o país se encontrava, bem como a tentativa de melhoria do perfil dos nossos legisladores. É importante comentar que no Senado Federal ocorreu uma notável renovação de 87,3% das 54 cadeiras em disputa, enquanto na Câmara dos Deputados foram eleitos 243 deputados "novos", com uma renovação de 47,37%. Bem significativo!
No plano do Executivo o desejo de mudança global se manifestava de forma mais intensa diante da incompetência da então Presidente e, também, do seu sucessor temporário, condição que favoreceria a eleição de qualquer um novo nome que se apresentasse no cenário político nacional. Entendo que é cedo para uma avaliação conclusiva dos riscos assumidos pelo povo brasileiro. Existem boas intenções de corrigir alguns rumos, mas o que falta ao Presidente é um curso intensivo para Estadista - e de boas maneiras -, mesmo à Distância (quem sabe, um bom EAD!), mas, que o ensine a agir mais e falar menos. Se não aprovamos que um “zé ninguém” use palavreado impróprio em rodas de família, não se pode admitir que o Presidente da República adentre ao lar das famílias brasileiras através da televisão, e ao discursar aos garimpeiros à porta do Palácio, use de expressão grosseira, ainda que em defesa da nossa soberania: “Interesse na Amazônia não é no índio nem na porra de árvore, e sim no minério”! No mínimo aviltante e inconsequente! E prefiro usar essas palavras, a outras que seriam do mesmo nível como as dele, visto que o respeito ao leitor é algo sagrado...