Não tenho dúvidas de que cada leitor, assim como eu, tem sempre ao seu lado algum familiar ou amigo que tem manifestado, de forma exaustiva, a sua disposição de comparecer às urnas somente para cumprir o estabelecido pela lei do voto, com o fim de atender os limites da obrigatoriedade. Como não cabe à lei, porém, impor ao eleitor como o voto deve ser dado, ele exerce o seu direito intrínseco à liberdade de votar em branco ou anular o voto. Outros deixam de comparecer e optam por “justificar” a ausência, e esse posicionamento considero uma omissão reprovável pelo não cumprimento do dever cívico, em razão do que perde o cidadão o direito a qualquer protesto ou manifestação posterior. Respeito a cidadania e individualidade inerente a cada eleitor, mas tenho, por princípio, posição contrária a essa atitude, embora veja nela a expressão do desencanto que atormenta o nosso povo!
A determinação de não votar em nenhum candidato foi claramente manifestada por 13% dos pesquisados, conforme última pesquisa divulgada pelo Datafolha. Dentre os pesquisados uma senhora do Mato Grosso do Sul acrescentou à sua resposta frases bastante contundentes: “Há várias eleições a gente escolhe entre o ruim e o pior, e por isso o Brasil está onde está. Agora resolvi dar um basta. Pelo menos da minha parte não vou colocar nem o ruim, nem o pior lá”. O mais grave de tudo é ver que nenhum político tem a sensibilidade para fazer uma reflexão diante desse fato, de forma a inserir algum tipo de mudança mais convincente no perfil dos seus discursos. Indiferentes, fazem de conta que não é com eles que os eleitores se manifestam, muitas vezes asperamente. E fazer de conta, é bem a praia deles!..