O último debate entre os candidatos à presidência da República começou com apelos dos candidatos Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) para que os eleitores não se deixem influenciar pelo "medo ou pelo ódio" na votação do primeiro turno, indicando que o voto nos líderes das pesquisas de intenção de voto – Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) – poderá manter o clima de polarização na política brasileira.
Ciro relembrou o clima hostil entre Dilma Roussseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) na campanha de 2014 e o reflexo da disputa nos anos seguintes. "Vamos repetir essa história, e será que o eleito vai conseguir governar?", questionou Ciro. Marina Silva lamentou o clima de polarização e afirmou que o momento é propício para uma mudança no cenário político. "Vivemos uma guerra em que alguns estão votando por medo em Bolsonaro e outros por medo em Haddad", disse Marina.
Os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad trocaram acusações sobre a crise econômica do Brasil, cada um atribuindo ao partido do adversário a culpa pelos problemas. O tucano citou "equívocos econômicos da gestão petista" e questionou se Haddad pretende manter o "modelo petista de governar".
O petista rebateu dizendo que a crise econômica foi resultado da aliança entre PSDB e o governo Michel Temer (MDB), que não aceitaram o resultado das eleições de 2014. "Depois que o candidato do PSDB foi derrotado, o PSDB se associou ao Temer para sabotar o governo, aprovando pautas bombas", disse Haddad.
Álvaro Dias (Podemos) afirmou que trouxe uma pergunta endereçada ao ex-presidente Lula e pediu para que Haddad entregasse ao petista, "já que você visita ele toda segunda-feira". O candidato afirmou que as denúncias do ex-ministro Antonio Palocci e a operação Lava-Jato, citando que a corrupção "é o pior problema do país". Henrique Meirelles (MDB) lembrou os problemas do governo de Fernando Collor, citando que o ex-presidente se apresentava como "salvador da pátria". "O momento do Brasil exite experiência e alguém que tenha condições de administrar o país", afirmou Meirelles, citando sua passagem pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central.
O candidato Guilherme Boulos (Psol) questionou Alckmin sobre as reformas trabalhistas aprovadas no governo Temer com "apoio do PSDB" e prometeu, caso eleito, um governo que volte a priorizar os direitos dos trabalhadores. Haddad e Boulos fizeram dobradinha para criticar o candidato Jair Bolsonaro, citando os problemas do período da ditadura, indicando que a eleição do capitão reformado do Exército seria um "retrocesso para o país".
"Essa turma do ódio do Bolsonaro é também da perda dos direitos. O vice dele disse que o 13º salário e as férias não deveriam existir", afirmou Boulos. O petista afirmou que tanto Bolsonaro, quanto Alckmin e Meirelles são representantes do governo Temer na eleição.
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