Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, nesta terça-feira (15), o repórter fotográfico da Agência Reuters, Adriano Machado, disse que apenas cumpriu seu trabalho ao fotografar os ataques dos invasores de dentro do Palácio do Planalto. O profissional de imprensa, que há mais de 20 anos atua em coberturas jornalísticas desse tipo, afirmou que teve contato com os manifestantes durante a depredação como estratégia para preservar sua própria vida, ao ter sido abordado para deletar imagens da sua câmera e, em alguns momentos, ter sido alvo de xingamentos e de ameaça.
— Por volta de 15h45 [do dia 8 de janeiro], eu percebi que uma pessoa foi em direção ao gabinete da Presidência da República, e isso chamou minha atenção, e fiquei atento aos acontecimentos. Para a minha segurança, permaneci em um local de maneira discreta. Aproximadamente às 15h55, outras pessoas chegaram na antessala do gabinete da Presidência da República e forçaram a entrada na porta de vidro. Quando eu vi esse grupo, como profissional, registrei aquele momento, como qualquer outro fotojornalista faria. Fiz os registros de forma discreta; acredito que eles não tenham me visto. Quando eles abriram a porta de vidro da antessala, eu, como fotojornalista, acompanhei para registrar todo o acontecimento. Naquele momento, o clima era extremamente hostil e instável. Então, eu tomei bastante cuidado com a minha segurança. Foi quando eles perceberam a minha presença, me cercaram e questionaram quem eu era e o que eu estava fazendo ali...