"Diga ao povo que avance e nós avançaremos". A frase foi proferida por um dos 89 professores indígenas que se formaram ontem, sexta-feira (28), durante cerimônia no auditório da Secretaria da Educação do Estado, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Os educadores foram selecionados no primeiro concurso público da área a ser realizado no Brasil com vagas exclusivas para índios.
Vestidos e pintados como manda o costume indígena, os formandos, representantes de 16 diferentes etnias, receberam o certificado após passarem pelos três anos de formação da 3ª Turma do Curso de Magistério Indígena. Com dois módulos a cada ano, a iniciativa preparou e aprimorou os educadores que irão ministrar aulas para 28 escolas indígenas distribuídas em todo o território estadual.
De acordo com o subsecretário estadual da Educação, Nildon Pitombo, "esse é um momento de reconhecimento de direitos e, sobretudo, da expectativa de formação de professores indígenas para que as escolas indígenas se acentuem e deem a marca do respeito às culturas, das etnias e das comunidades".
Amanayara Tupinambá, de Olivença, na região de Ilhéus, é membro da comissão de organização da formatura e destaca que "o sentimento que prevalece é o de satisfação e o que mais importa para todos é a luta pela educação escolar indígena, que permite exercer autonomia nas escolas, de forma a trabalhar o bilingüismo comunitário, intercultural e o interdisciplinar"...