Já era o tempo em que o Carnaval significava alegria e descontração, festa social com objetivo de comemorar o início da quaresma com a união das pessoas, independente de raça ou cor, através da folia. Quem diria que um evento criado pela igreja católica tomasse contornos tão diferentes. Perturbação, confusão, indisciplina, desobediência, tumulto, desordem e outros tantos substantivos do tipo podem ser usados para interpretar a festa popular mais famosa do mundo.
Enquanto no passado as pessoas se vestiam de maneira diferente da habitual, com trajes divertidos e inusitados como as 'caretas', as mortalhas e outros, o que se vê atualmente são corpos expostos, onde os adereços são as partes íntimas dos despidos. A liberdade aceitável do período momesco se transformou em libertinagem, com a falta de pudor imperando em todos os sentidos. Está tudo deturpado; o folião perdeu o sentido ao desrespeitar o próximo e muitos cantores ficaram sem noção com composições musicais desprezíveis, preconceituosas, discriminativas e com incitação ao sexo e a violência. Como diz o bom baiano, virou 'um mangue'...