A campanha nacional de mobilização da comunidade escolar contra o Aedes aegypti foi lançada no Colégio da Polícia Militar Alfredo Vianna, em Juazeiro, no norte da Bahia, nesta sexta-feira (18), com a presença da presidente Dilma Rousseff e do governador Rui Costa. Cerca de 400 alunos assistiram a uma aula com a presidente sobre o mosquito e as doenças que ele transmite, em especial a zika.
Na ocasião, Dilma convocou as crianças e os jovens a serem multiplicadores das informações da campanha. “Eu estou fazendo um apelo para vocês ajudarem os pais e mães de vocês a, uma vez por semana, dedicarem 15 minutos para olharem todos os lugares onde o mosquito pode nascer e crescer. Peço a vocês que falem com seus amigos, parentes e vizinhos para que a gente possa combater este mosquito. Ele não pode ser mais forte que um país inteiro. Nós vamos combater o mosquito e temos a certeza de que ele não é mais forte que todos nós juntos”.
Já Rui destacou que o Aedes aegypti, antes de morrer, não se desloca mais de 200 metros do lugar onde nasceu. “Quando olhamos os dados das pessoas que tiveram dengue, zika ou chikungunya, 90% foram contaminadas em sua própria casa, então é preciso que todo mundo faça uma vistoria geral na sua residência. Se tiver algum vizinho que não cuida, a pessoa pode ligar para a prefeitura. A presidente Dilma lançou um decreto que permite que um agente de saúde, acompanhado de uma autoridade, possa entrar na casa e tomar as providências contra o mosquito”.
Segundo a presidente, o governo está investindo para desenvolver vacinas e buscando outras formas de vencer o Aedes. “Aqui em Juazeiro tem uma das fábricas mais importantes de mosquito do nosso país, a Moscamed, que produz o mosquito estéril. Ele cruza e não produz filhotes, ou também pode carregar uma doença para matar outros. Queremos usar o que o mosquito faz para matá-lo”, afirmou.
Dilma também explicou que o Ministério da Saúde identificou, a partir do aparecimento da zika, um aumento do número de casos de microcefalia. “No dia 1º de fevereiro deste ano, a Organização Mundial de Saúde declara que há uma epidemia de zika e microcefalia e que isso é uma emergência de saúde pública internacional”.
De acordo com a presidente, os casos de zika são registrados, em sua maioria, na costa dos estados nordestinos, mas estão sendo cada vez mais frequentes no resto do país. Antes da aula, Dilma e Rui visitaram a biofábrica Moscamed Brasil, responsável pela produção de mosquitos transgênicos do Aedes aegypti.
Biofábrica
Com investimento de R$ 1,2 milhão por ano, por meio da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a Moscamed realiza o cruzamento dos transgênicos machos com fêmeas silvestres do Aedes, gerando mosquitos estéreis ou que morram antes de chegar à fase adulta. Atualmente, a fábrica tem a capacidade de produzir de 4 a 5 milhões de mosquitos por semana, o que é suficiente para controlar uma área de até 100 mil habitantes.
O Aedes é responsável pela transmissão da dengue, chikungunya e zika, esta última causadora de problemas de gestação, que incluem morte do feto e nascimento com microcefalia. Até 13 de fevereiro, 744 casos de microcefalia foram notificados em 121 municípios da Bahia, por meio do Registro de Eventos em Saúde Pública (RESP). Dos 744 casos, 161 foram investigados com a realização de exame de imagem, sendo 107 confirmados e 54 descartados.
O Governo do Estado vai disponibilizar 200 mil testes rápidos para detecção de dengue e chikungunya. Associado a um smartphone com GPS, o teste rápido permite, simultaneamente, o georreferenciamento (Google Maps) dos casos, a fim de controlar rapidamente os surtos. O procedimento foi uma ação inédita no país e os primeiros municípios a dispor do teste rápido foram Feira de Santana, Riachão do Jacuípe e Ribeira do Pombal.
Outra ação do Estado é o Caça Mosquito, aplicativo desenvolvido para que os usuários enviem fotos de locais onde há possíveis focos do Aedes. Mais de R$ 13 milhões estão sendo investidos pelo Governo da Bahia no combate ao Aedes, incluindo campanhas educativas e capacitação para supervisores no trabalho de campo. Os municípios também receberam incentivo financeiro de R$ 3,7 milhões.
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