O governador Rui Costa encaminhou ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), a autorização de criação do Mosaico de Unidades de Conservação do Boqueirão da Onça. Uma demanda antiga, de mais de 20 anos, de ambientalistas que defendem a necessidade de proteção do bioma Caatinga, a definição do mosaico e a solicitação formal do Governo do Estado concluiu uma discussão iniciada em 2009, quando surgiu a primeira proposta de criação do Parque Nacional (PARNA) Boqueirão da Onça.
O mosaico atual, que resulta de um longo processo de discussões, foi pactuado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) com as equipes técnicas do MMA, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e a Secretaria de Biodiversidade do MMA, ao longo do primeiro trimestre de 2017, e considerou o histórico das discussões e propostas anteriores.
A área é composta por um Parque Nacional de 348.258,91 hectares e uma APA (Área de Proteção Ambiental) de 497.626,89 hectares, a serem criados pelo Governo Federal em território baiano, abrangendo os municípios de Sento Sé (cerca de 80% do Parque), Campo Formoso, Sobradinho, Juazeiro, Morro do Chapéu e Umburanas, no Centro-Norte da Bahia.
Segundo justificativa da Sema, a anuência com a criação do mosaico demonstra o compromisso do governo com as Metas de Aichi relacionadas à Convenção sobre a Diversidade Biológica e pela importância da área em relação à preservação da onça-pintada (Panthera onca) e onça-parda (Panthera concolor), duas espécies de topo de cadeia alimentar que são importantes indicadores de áreas bem preservadas.
“Esta proposta final acolhe os diversos conflitos de interesse na região, incluindo comunidades tradicionais de fundo de pasto, assentamentos de trabalhadores sem terra, empreendimentos do setor eólico instalados ou planejados, e os interesses do Estado. Assim, consideramos que a APA federal a ser criada tem alto potencial para conciliar os interesses de conservação, das comunidades e da produção de energia eólica, que ocupa apenas 10%”, disse o secretário estadual do Meio Ambiente, Geraldo Reis.
“Entendemos que se conseguiu chegar a uma proposta de consenso que garantirá a maior Unidade de Conservação de Proteção Integral localizada no bioma Caatinga e uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, combinando desenvolvimento socioeconômico sustentável, produção e manejo da biodiversidade”, ressaltou o superintendente de Estudos e Pesquisas Ambientais da Sema, Luiz Antônio Ferraro.
O secretário de Biodiversidade do MMA, José Pedro de Oliveira Costa, comemorou a conclusão da proposta. “A assinatura do Mosaico do Boqueirão da Onça é de enorme importância ambiental e deve ser celebrada. É uma ação conjunta para ficar marcada na história da Bahia e do Sertão. Algo de grandeza nunca alcançado até hoje para a Caatinga”, comentou.
O processo de criação do PARNA e da APA do Boqueirão da Onça segue tramitação para publicação pelo Governo Federal. Na próxima quinta-feira (27), o secretário Geraldo Reis terá audiência no MMA para as tratativas de criação do Parque.
6 comentários
26 de Jul / 2017 às 07h37
Palhaçada! Acho que passa da hora de um BASTA nesse misto de interesse politico num País que sequer sabe se sua fralda está cheia. A referência é dada por quantos Parques de Preservação foram criados de norte a sul, nos quais estampam extrema incompetência administrativa, em especial de fiscalização. O brasileiro está cansado de tanto ouvir sobre preservação do meio ambiente e consciente deste Jogo do Faz de Conta enquanto nossa caatinga ruma á drástica desertificação. Palhaçada sim!...
26 de Jul / 2017 às 07h58
A burrice é tão grande neste mar de interesses políticos que o Parque Boqueirão da Onça ressurge no momento em que implantam na região Parques Eólicos que trarão desenvolvimento e sobretudo emprego. Alguém me faça entender, por favor...?
26 de Jul / 2017 às 08h32
Mais de 45% de desertificação; fauna e flora explorada irresponsável/impunemente que empobreceram nosso bioma; ausência de fiscalização do Ibama/Inema e demais Órgãos; leis brandas que multiplicam a degradação da natureza sob vistas grossas de nossos governantes... E para quem desconhece, o governo uruguaio mantem aberto um gabinete 24h/d a sugestões de qualquer cidadão daquele País para preservação do meio ambiente. Enquanto aqui não sequer um incentivo para quem tenta fazê-lo. Vamos acompanhar isso...
26 de Jul / 2017 às 09h32
Como ficam os Parques Eólicos dentro desse pretenso parque de preservação numa região que, sabe-se lá se ainda tem o que de fato preservar?
26 de Jul / 2017 às 10h46
Conheço Montevideu, Prof. Zezeu, e sei com quanta seriedade o governo daquele País trata o meio ambiente. Seria muito bom se o Brasil se espalhasse nele. Entretanto, é complexo entender uma política que prega a preservação sem qualquer competencia para fazer acontecer, libera a exploração de minerais e até de vegetais. Nessas regiões onde este parque vem sendo cogitado, é sabido que o homem extinguiu mais de 80% dos silvestres e desertificou boa parte da caatinga aos olhos de autoridades que deviam coibir, punir... E aí???????...
26 de Jul / 2017 às 11h03
Maravilha, agora peguem uma bomba e joguem dentro de Sento Sé para acabar com tudo de uma vez. Não temos estradas, saúde, tudo um lixo e as únicas coisas que podiam gerar emprego e renda como a mineração e parques eólicos o governo do estado vem e acaba com tudo criando um parque que os órgãos estaduais e federais não tem competência nem estrutura para fiscalizar. Quem ganha com isso a final? não venha com esse papo furado não.