Repercussão: com crise no setor de saúde prefeitos decretam estado de calamidade pública. Em Juazeiro salários atrasados

Alguns prefeitos eleitos estão optando em decretar estado de calamidade pública na área da saúde devido a graves problemas herdados das gestões anteriores. O estado de emergência se caracteriza pela iminência de danos à saúde e aos serviços públicos. Entre os municípios que decretaram estado de calamidade pública na área da saúde estão Juazeiro, Ilhéus e Jacobina.

O assunto repercute nas redes sociais. A Prefeitura de Juazeiro publicou no Diário Oficial, na quinta-feira (09), o Decreto nº 054/2025, que institui a Situação de Emergência na Secretaria de Saúde, em caráter excepcional. A ação tem o objetivo de viabilizar a adoção de medidas urgentes para o atendimento da população, devido à grave situação da Atenção Básica e da sobrecarga dos serviços de média e alta complexidade, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) e a rede hospitalar.

A medida foi tomada a partir de um diagnóstico dos serviços de saúde e com base no Relatório de Transição, que aponta graves irregularidades, incluindo a insuficiência de profissionais, carência e mau funcionamento de equipamentos médicos essenciais, falta de insumos e estrutura física precária das Unidades Básicas de Saúde, Maternidade Municipal, UPA 24h e Unidade Pediátrica (UPED). A situação encontrada viola os requisitos mínimos estabelecidos pela Portaria nº 10/2017 do Ministério da Saúde e comprometem a qualidade e a continuidade do atendimento à população.

O Decreto tem validade de 30 dias e pode ter seu prazo prorrogado ou reduzido de acordo com a necessidade do atendimento à população.

A REDEGN obteve informações que médicos, enfermeiros, técnicos e motoristas, ligados SAMU, Unidades Básicas de Saúde e Upa estão sem receber salários. "Os contratados foram selecionados para receber os salários. Absurdo", disse uma fonte que a REDEGN prefere deixar sem identificação. 

Em fevereiro de 2023, a REDEGN numa reportagem especial destacou, Veja Aqui-Caos na saúde de Juazeiro, Petrolina, Vale do São Francisco e cidades da região norte: "A tendência é piorar ainda mais".

Na época o colaborador da REDEGN, jornalista Ney Vital, percorreu o setor de saúde pública de Juazeiro e Petrolina e constatou que a area da saúde já estava literalmente na Unidade de Terapia Intensiva. A reportagem da REDEGN, durante a madrugada esteve no no Hospital Universitário (Petrolina), Hospital Dom Malan (Petrolina), Hospital Regional de Juazeiro e Maternidade Infantil de Juazeiro. 

Os usuários na sua maioria, pessoas pobres e afirmavam "ser uma humilhação a situação. É falta de macas, são pacientes nos corredores, filas". A simbologia da ponte que liga Juazeiro e Petrolina, também une os problemas das duas cidades: o cidadão que necessita da prestação de serviços do setor da saúde, está sofrendo e sem atendimento e quando recebe a prestação de serviço tem que ainda esperar "a ambulância das prefeituras"

redegn Foto PMJ