"A obra de Luiz Gonzaga merece o maior respeito do mundo. Eu temo pelo futuro do forró", diz o cantor Flávio José

Com mais de 35 anos de carreira e auto intitulado seguidor de Luiz Gonzaga, o cantor e sanfoneiro Flávio José teme pelo futuro do forró. Segundo ele, em muitas cidades neste São João havia apenas um artista do ritmo. A reportagem é do jornal A Tarde.

O artista contou que teme pelo futuro do forró e conta que se apresentou em cidades onde era o único representante do ritmo.

"Lá para a região da gente aconteceram muitas praças que tinha apenas um artista de forró, as outras atrações eram modismo, etc e tal. Mas é tão bom mudar, tem que aprender a corrigir. Eu só fico preocupado é porque, algumas praças só tinha eu. E se amanhã não tiver nem eu? Vai ficar mais complicado", disse ele instantes antes de se apresentar no São Pedro no Parque de Exposições.

--------- MATÉRIA CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE ---------
https://cafepingafogo.com.br/2022/


Ele contou ainda que se entristece quando vê a obra de Luiz Gonzaga sendo levada a direção oposta à original.

"No ensinamento de Luiz Gonzaga, eu gravei um disco, o 'Flávio José Canta Luiz Gonzaga'. Eu penei para ouvir muito a obra de Luiz Gonzaga, para dizer palavra por palavra o que ele disse e cuidar muito bem da obra dele, que merece o maior respeito do mundo. Eu fiz esse disco com sucesso tremendo", contou ele, que seguiu.

"Eu fico muito triste quando vejo alguém pegar uma obra de Luiz Gonzaga e botar numa levada que não tem nada a ver. Parece que já se cansaram de fazer tantas coisas e o que resta agora é bulir, mexer numa obra como a do Luiz Gonzaga, que merece total respeito".

“Não, o forró é tão forte que ele aguenta tudo, até nomes de outras coisas que não têm nada a ver sendo chamados de forró. Então, o forró que eu conheço é o forró de Luiz Gonzaga, do Trio Nordestino, das tradições, isso aí sim, foi como eu falei anteriormente. Não teve renovação porque vários artistas desiludidos desistiram e jogaram a toalha. Agora, modismos que estão sendo chamados de forró, tem um monte, mas na minha concepção não têm nada a ver com forró”, completou o forrozeiro.

A Tarde Foto reprodução Governo da Bahia/Alexandre Amaral