"A obra de Luiz Gonzaga merece o maior respeito do mundo. Eu temo pelo futuro do forró", diz o cantor Flávio José

02 de Jul / 2024 às 11h30 | Variadas

Com mais de 35 anos de carreira e auto intitulado seguidor de Luiz Gonzaga, o cantor e sanfoneiro Flávio José teme pelo futuro do forró. Segundo ele, em muitas cidades neste São João havia apenas um artista do ritmo. A reportagem é do jornal A Tarde.

O artista contou que teme pelo futuro do forró e conta que se apresentou em cidades onde era o único representante do ritmo.

"Lá para a região da gente aconteceram muitas praças que tinha apenas um artista de forró, as outras atrações eram modismo, etc e tal. Mas é tão bom mudar, tem que aprender a corrigir. Eu só fico preocupado é porque, algumas praças só tinha eu. E se amanhã não tiver nem eu? Vai ficar mais complicado", disse ele instantes antes de se apresentar no São Pedro no Parque de Exposições.

Ele contou ainda que se entristece quando vê a obra de Luiz Gonzaga sendo levada a direção oposta à original.

"No ensinamento de Luiz Gonzaga, eu gravei um disco, o 'Flávio José Canta Luiz Gonzaga'. Eu penei para ouvir muito a obra de Luiz Gonzaga, para dizer palavra por palavra o que ele disse e cuidar muito bem da obra dele, que merece o maior respeito do mundo. Eu fiz esse disco com sucesso tremendo", contou ele, que seguiu.

"Eu fico muito triste quando vejo alguém pegar uma obra de Luiz Gonzaga e botar numa levada que não tem nada a ver. Parece que já se cansaram de fazer tantas coisas e o que resta agora é bulir, mexer numa obra como a do Luiz Gonzaga, que merece total respeito".

“Não, o forró é tão forte que ele aguenta tudo, até nomes de outras coisas que não têm nada a ver sendo chamados de forró. Então, o forró que eu conheço é o forró de Luiz Gonzaga, do Trio Nordestino, das tradições, isso aí sim, foi como eu falei anteriormente. Não teve renovação porque vários artistas desiludidos desistiram e jogaram a toalha. Agora, modismos que estão sendo chamados de forró, tem um monte, mas na minha concepção não têm nada a ver com forró”, completou o forrozeiro.

A Tarde Foto reprodução Governo da Bahia/Alexandre Amaral

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