Acatando pedido liminar, o Juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Juazeiro determinou a suspensão da concorrência de contratação para contratação de empresa especializada na prestação de serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos e demais serviços de limpeza urbana do município. “Defiro o pedido de liminar para determinar a suspensão da concorrência nº 001/2021, para garantir as prerrogativas constitucionais, os princípios da Administração Pública e o disposto na lei Nº 8.666/93, até que seja julgado o mérito da presente demanda”, anotou na decisão.
A licitação referente a contratação de empresa especializada na coleta e destinação de resíduos sólidos e limpeza urbana de Juazeiro foi finalizada no último dia 11, mas foi contestada pela Vale Norte, empresa que já coleta o lixo urbano no município de Juazeiro, que foi inabilitada sob a alegação de que não possuía capacitação técnica, gerando contestação durante o processo licitatório e agora judicialmente: “Já são quase dez anos realizando este serviço em Juazeiro, com um trabalho que toda a comunidade conhece, o próprio governo conhece pois realizamos o trabalho desde o início desta gestão e não há razoabilidade nessa inabilitação, o que nos levou a procurar a Justiça para demonstrar a nossa capacidade técnica para participar do processo”, disse Míriam Antonielle, Gerente Administrativa da empresa Vale Norte.
De acordo com a Vale Norte “Não teve concorrência, não teve disputa, esta única empresa era quem seguiria no processo, para muito provavelmente já assinar contrato, já que não tinha outra concorrente. O Judiciário nos ouviu afirmando que é plausível e provável os argumentos que a Vale Norte trouxe, e suspendeu a licitação”, confirmou.
A empresa Limp City, de Salvador, foi a única a participar do processo de entrega da proposta de preços, o que na avaliação da Vale Norte compromete a lisura do processo: “Foram descumpridas muitas exigências do próprio edital. Como que eu, que estou aqui executando o serviço há quase 10, não tenho capacidade técnica, mas uma empresa que teve o CNPJ aberto em agosto do ano passado, teria?”, questionam.
A licitação para contratação do referido serviço foi iniciado em novembro de 2021 e, de acordo com a Vale Norte, que questiona a lisura do processo agora judicialmente, ele estaria “viciado e provavelmente direcionado”, alegaram: “Recebemos o comunicado sobre a finalização da análise de habilitação num dia e no outro já estava marcada a sessão para receber envelopes da proposta de preços, com uma única empresa concorrendo. Não houve sequer tempo hábil para avaliação da proposta de preço, da composição dos preços, sabendo que é necessário uma avaliação técnica, uma equipe de engenheiros, pra saber se está correta e já foi imediatamente aprovada. Quem deu esse aval se a proposta sequer saiu do espaço onde foi feita a sessão”, reclamaram, informando que “a proposta da Vale Norte é menor e estaria em poder da comissão de licitação, que ignorou todos os nossos apontamentos”, finalizou.
A Comissão da licitação, diante das alegações da Vale Norte, havia afirmado que "o processo licitatório aconteceu de forma transparente e legal". A Prefeitura de Juazeiro ainda não se manifestou sobre essa descisão judicial.
4 comentários
15 de Jan / 2022 às 09h51
O Ministério Público, deve ser peticionado para exigir que a Prefeitura Municipal crie um setor de licitações em espaço separado da Administração Pública Municipal, pode ser dentro de uma sala no próprio Tribunal de Contas de Municipio que fica em Juazeiro. Ou em prédio anexo ao tribunal. E que toda licitação seja acompanhada desde já pelos técnicos desse tribunal. É nas licitações que ocorre a corrupção. O próprio Estado da Bahia deveria criar separado da Administração Publica Municipal essas salas das licitações. E os licitantes e leiloeiros deveriam ser escolhidos por TERCEIROS.
15 de Jan / 2022 às 10h01
Tem que haver a investigação e processo CRIMINAL, e o caso entra na área criminal para penalizar quem licitou e quem aceitou essa licitação. Isso atinge TODA a administração publica municipal que ACEITOU (calaram-se diante de indicios) essa falta de concorrência direcionando realmente para uma empresa sozinha ganhar a licitação. Então todos devem pagar criminalmente dos secretários até a prefeita, pois ela também aceitou essa licitação viciada (se já assinou contrato) de uma empresa SÓ, então se omitiu e prevaricou.
15 de Jan / 2022 às 10h12
As compras em prefeituras funciona assim: Saco de cimento, custa na praça R 32,00 reais. A prefeitura compra por R$ 40,00 ou mais. Mais nunca compra pelo valor da praça. E assim vai para tudo que se compra na prefeitura. Ou seja, se na praça custa R32,00 e a prefeitura compra por 40,00 é por que R8,00 é pago por fora por quem comprou. E carro? Custa na praça 70.000,00 e eles vende para prefeitura por 140.000,00. É fácil descobrir isso, é só pedir as notas ficais das compras da prefeitura e ir no mesmo fornecedor. É tão fácil botar na cadeia essas pessoas, mas ninguém investiga.
15 de Jan / 2022 às 14h55
O processo tbm da empresa que ganhou os contratos de máquinas (antiga Lovel que hoje se chamaJL ) no saae foi do mesmo jeito, estamos com recurso e o recurso nunca foi julgado. Aliados da prefeita ganha no tapetao . ta um verdadeiro absurdo a questão do setor licitação