Professores e coordenação pedagógica do CETEP Sertão do São Francisco realizam aulas virtuais durante pandemia

Alunos da rede pública de todo o Brasil vivem a sensação de que 2020 será um ano perdido em suas trajetórias escolares. O governador Rui Costa afirmou que ainda não é possível determinar quando as aulas dos colégios estaduais serão retomadas e garantiu que o ano letivo não será cancelado.

As aulas na Bahia estão suspensas por decreto do Governo do Estado e serão repostas, a partir da elaboração de um novo calendário escolar. A medida visa o isolamento social para conter a disseminação do novo Coronavírus no Estado. Desde o mês de abril uma portaria publicada pelo governo federal retirou a obrigatoriedade de dias letivos, mas manteve as horas mínimas em 2020.

Professores e estudantes relatam o drama da falta de estrutura necessárias para oferecer o conteúdo remoto. Quando não estão totalmente sem conexão, alunos e mestres recorrem ao improviso de aulas via redes sociais, por exemplo.

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Em Juazeiro, Bahia, os professores do Centro Territorial de Educação do Sertão do São Francisco (CETEP) dão uma amostra da força de vontade e compromisso com o ensino e educação. Os coordenadores pedagógicos orientam e incentivam os professores a utilizarem as ferramentas virtuais e aplicativos que tem permitido a comunicação com os alunos.

Os professores tem contato com os alunos por diversos meios possíveis no momento e mantem as orientações necessárias e incentivo para o aprendizado.

A coordenação pedagógica do CETEP é formada pelas professoras Neila Cristina Ramos e Rosineide Carvalho. Neila, avalia que o processo não é fácil mas o vínculo, a rotina dos alunos tem sido mantidos. "Nossos recursos são escassos. Mas temos realizado um serviço e o professor dentro de suas habilidades tem buscado criar meios do contato virtual com alunos. Desse modo alguns professores tem realizado até videoconferências", disse Neila.

Um exemplo é a turma do curso Técnico em Agroecologia. O professor Luan Vitor Pereira, engenheiro agrônomo e mestrando em engenharia agrícola na Universidade Federal do Vale do São Francisco, é um dos que já enviou material da disciplina em Introdução a Agroecologia e Permacultura no WhatsApp para a turma de introdução a agroecologia e permacultura. Uma das salas usadas é  através do google.

Outro exemplo é da professora, também engenheira agrônoma, Janine Sousa Cruz, pós-graduanda que tem dialogado com os alunos através dos meios digitais.  "Tudo é muito novo e precisamos neste momento nos reinventar".

A professora Itala Gomes, formada em engenharia agronômica e mestrado na área de horticultura irrigada, avalia que é um desafio necessário. Já são dois meses sem aulas presenciais.  "Agora é a hora dos alunos rever todo o conteúdo já trabalhado e continuar  com o hábito da leitura focando sempre os estudos e conhecimentos", disse Itala.

Apesar do retrato da desigualdade na educação pública do Brasil durante a pandemia de Covid-19 ser desanimador, o exemplo é positivo.  Muitos alunos em contato com a reportagem da redeGN, relatam que é uma questão de alfabetização digital. E que eles também muitas vezes não têm internet nem computador para estudar a distância. "É um exemplo válido e também a constatação de um alto grau de envolvimento. Os gestores e professores estão na luta, literalmente. Trabalhando muito e com muita pressão. Infelizmente muitos alunos não tem acesso a internet e daí surgem as dificuldades", diz a estudante Maria Raimunda Soares Silva. 
 

Redação redeGN Fotos Ney Vital