Professores e coordenação pedagógica do CETEP Sertão do São Francisco realizam aulas virtuais durante pandemia

28 de May / 2020 às 18h30 | Variadas

Alunos da rede pública de todo o Brasil vivem a sensação de que 2020 será um ano perdido em suas trajetórias escolares. O governador Rui Costa afirmou que ainda não é possível determinar quando as aulas dos colégios estaduais serão retomadas e garantiu que o ano letivo não será cancelado.

As aulas na Bahia estão suspensas por decreto do Governo do Estado e serão repostas, a partir da elaboração de um novo calendário escolar. A medida visa o isolamento social para conter a disseminação do novo Coronavírus no Estado. Desde o mês de abril uma portaria publicada pelo governo federal retirou a obrigatoriedade de dias letivos, mas manteve as horas mínimas em 2020.

Professores e estudantes relatam o drama da falta de estrutura necessárias para oferecer o conteúdo remoto. Quando não estão totalmente sem conexão, alunos e mestres recorrem ao improviso de aulas via redes sociais, por exemplo.

Em Juazeiro, Bahia, os professores do Centro Territorial de Educação do Sertão do São Francisco (CETEP) dão uma amostra da força de vontade e compromisso com o ensino e educação. Os coordenadores pedagógicos orientam e incentivam os professores a utilizarem as ferramentas virtuais e aplicativos que tem permitido a comunicação com os alunos.

Os professores tem contato com os alunos por diversos meios possíveis no momento e mantem as orientações necessárias e incentivo para o aprendizado.

A coordenação pedagógica do CETEP é formada pelas professoras Neila Cristina Ramos e Rosineide Carvalho. Neila, avalia que o processo não é fácil mas o vínculo, a rotina dos alunos tem sido mantidos. "Nossos recursos são escassos. Mas temos realizado um serviço e o professor dentro de suas habilidades tem buscado criar meios do contato virtual com alunos. Desse modo alguns professores tem realizado até videoconferências", disse Neila.

Um exemplo é a turma do curso Técnico em Agroecologia. O professor Luan Vitor Pereira, engenheiro agrônomo e mestrando em engenharia agrícola na Universidade Federal do Vale do São Francisco, é um dos que já enviou material da disciplina em Introdução a Agroecologia e Permacultura no WhatsApp para a turma de introdução a agroecologia e permacultura. Uma das salas usadas é  através do google.

Outro exemplo é da professora, também engenheira agrônoma, Janine Sousa Cruz, pós-graduanda que tem dialogado com os alunos através dos meios digitais.  "Tudo é muito novo e precisamos neste momento nos reinventar".

A professora Itala Gomes, formada em engenharia agronômica e mestrado na área de horticultura irrigada, avalia que é um desafio necessário. Já são dois meses sem aulas presenciais.  "Agora é a hora dos alunos rever todo o conteúdo já trabalhado e continuar  com o hábito da leitura focando sempre os estudos e conhecimentos", disse Itala.

Apesar do retrato da desigualdade na educação pública do Brasil durante a pandemia de Covid-19 ser desanimador, o exemplo é positivo.  Muitos alunos em contato com a reportagem da redeGN, relatam que é uma questão de alfabetização digital. E que eles também muitas vezes não têm internet nem computador para estudar a distância. "É um exemplo válido e também a constatação de um alto grau de envolvimento. Os gestores e professores estão na luta, literalmente. Trabalhando muito e com muita pressão. Infelizmente muitos alunos não tem acesso a internet e daí surgem as dificuldades", diz a estudante Maria Raimunda Soares Silva. 
 

Redação redeGN Fotos Ney Vital

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