Trabalhadores/as da hortifruticultura do Vale do São Francisco comemoram resultado da negociação da Convenção Coletiva do Trabalho 2020

Assalariados rurais da hortifruticultura do Vale do São Francisco encerraram com êxito, no dia 14 de fevereiro, em Juazeiro-BA, a negociação da Convenção Coletiva Trabalho (CCT). A terceira rodada de discussão teve início no dia 12 de fevereiro e reuniu trabalhadores/as assalariados/as da hortifruticultura da região e representantes da classe patronal, para debater e apresentar propostas, para a melhoria das condições de trabalho nas empresas.

Após oito rodadas de debate, que tiveram início no mês de janeiro, os trabalhadores apresentaram reivindicações a classe patronal e lograram êxito em relação aos direitos femininos. Em casos de aborto, as trabalhadoras até então, tinham o direito a 14 dias de afastamento. A partir de agora serão 28.

"É uma importante conquista para nossa categoria, que mostram a força da classe trabalhadora", pontuou a presidente do Sintagro, Rita de Cássia Dias dos Santos.

Outra importante conquista foi o reajuste salarial de 4.51%, que elevou o piso da categoria para R$ 1.088,00, além da manutenção das conquistas presentes na CCT. Em contrapartida, o patronato apresentou uma pauta, com pontos que são prejudiciais a classe trabalhadora, a exemplo da implantação do banco de horas, a extinção do delegado sindical nas empresas, o fim da homologação do contrato de trabalho no sindicato da categoria, além de impedir o acesso sindical aos trabalhadores nas empresas. Porém, as propostas do empresariado não foram aceitas pelos trabalhadores e trabalhadoras.

"Apesar de ter evoluído nas cláusulas e ter mantido a convenção coletiva do trabalho, a classe patronal perdeu um momento importante de avançar com os trabalhadores e lideranças sindicais. Fomos bastante insistentes em ponderá as grandes evoluções tanto no volume de exportação, quanto no volume de recursos, que a classe patronal obteve em 2019 e infelizmente, não conseguimos avançar em ganho real e em outras cláusulas que vínhamos reivindicando", explicou José Manoel dos Santos, secretário de administração e finanças FETAR-BA.

NEGOCIAÇÂO: Essa é a primeira vez, após 26 anos, que a cidade de Juazeiro sedia o debate. O vereador e dirigente sindical Agnaldo Meira acompanhou as discussões e defendeu a união da classe trabalhadora pela reinvindicação de direitos.  "Precisamos permanecer unidos, na manutenção dos direitos e na busca por novas conquistas para o assalariamento rural ", afirmou o dirigente sindical e vereador de Juazeiro, Agnaldo Meira. 

Participaram da negociação da Campanha Salarial 2020 trabalhadores rurais e representantes dos sindicatos de Juazeiro, Lagoa Grande, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Sento Sé, Sobradinho, Curaçá, Belém do São Francisco, Inajá, Abaré e Sintagro, além da Fetaepe, da Fetar-BA, da Contar, da CTB e da CUT.

Ascom