Assalariados rurais da hortifruticultura do Vale do São Francisco encerraram com êxito, no dia 14 de fevereiro, em Juazeiro-BA, a negociação da Convenção Coletiva Trabalho (CCT). A terceira rodada de discussão teve início no dia 12 de fevereiro e reuniu trabalhadores/as assalariados/as da hortifruticultura da região e representantes da classe patronal, para debater e apresentar propostas, para a melhoria das condições de trabalho nas empresas.
Após oito rodadas de debate, que tiveram início no mês de janeiro, os trabalhadores apresentaram reivindicações a classe patronal e lograram êxito em relação aos direitos femininos. Em casos de aborto, as trabalhadoras até então, tinham o direito a 14 dias de afastamento. A partir de agora serão 28.
"É uma importante conquista para nossa categoria, que mostram a força da classe trabalhadora", pontuou a presidente do Sintagro, Rita de Cássia Dias dos Santos.
Outra importante conquista foi o reajuste salarial de 4.51%, que elevou o piso da categoria para R$ 1.088,00, além da manutenção das conquistas presentes na CCT. Em contrapartida, o patronato apresentou uma pauta, com pontos que são prejudiciais a classe trabalhadora, a exemplo da implantação do banco de horas, a extinção do delegado sindical nas empresas, o fim da homologação do contrato de trabalho no sindicato da categoria, além de impedir o acesso sindical aos trabalhadores nas empresas. Porém, as propostas do empresariado não foram aceitas pelos trabalhadores e trabalhadoras.
"Apesar de ter evoluído nas cláusulas e ter mantido a convenção coletiva do trabalho, a classe patronal perdeu um momento importante de avançar com os trabalhadores e lideranças sindicais. Fomos bastante insistentes em ponderá as grandes evoluções tanto no volume de exportação, quanto no volume de recursos, que a classe patronal obteve em 2019 e infelizmente, não conseguimos avançar em ganho real e em outras cláusulas que vínhamos reivindicando", explicou José Manoel dos Santos, secretário de administração e finanças FETAR-BA.
NEGOCIAÇÂO: Essa é a primeira vez, após 26 anos, que a cidade de Juazeiro sedia o debate. O vereador e dirigente sindical Agnaldo Meira acompanhou as discussões e defendeu a união da classe trabalhadora pela reinvindicação de direitos. "Precisamos permanecer unidos, na manutenção dos direitos e na busca por novas conquistas para o assalariamento rural ", afirmou o dirigente sindical e vereador de Juazeiro, Agnaldo Meira.
Participaram da negociação da Campanha Salarial 2020 trabalhadores rurais e representantes dos sindicatos de Juazeiro, Lagoa Grande, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Sento Sé, Sobradinho, Curaçá, Belém do São Francisco, Inajá, Abaré e Sintagro, além da Fetaepe, da Fetar-BA, da Contar, da CTB e da CUT.
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