As declarações polêmicas sobre o tema tanto do presidente Jair Bolsonaro, quanto de sua equipe, somadas à desistência do Brasil de sediar a 25ª Conferência de Partes na Convenção de Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), preocupam ambientalistas.
Desde a Eco-92, no Rio de Janeiro, o Brasil tem tido destaque nas negociações internacionais, exercendo importante papel rumo à redução de gases de efeito estufa e à diminuição do desmatamento. Especialistas temem retrocesso na agenda ambiental a partir de 2019, mas alertam que existe um arcabouço legal de proteção robusto e que a judicialização deve impedir medidas mais radicais.
A participação do Brasil é vital para atingir as metas mundiais, uma vez que o país é o sétimo maior emissor de Gases de Efeito Estufa (GEE), sendo que 70% das liberações são de áreas rurais, e a Amazônia é fundamental na regulação do clima no planeta. Dono da maior floresta tropical do mundo e segundo maior produtor de commodities, o Brasil não pode se abster do papel de protagonista sob pena de graves consequências, inclusive econômicas. Signatário de compromissos globais, o país promete cortar as emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030, além de reflorestar uma área de 12 milhões de hectares até lá, apesar de ainda não ter apresentado um plano completo sobre como atingir as metas.
Durante a Conferência do Clima (COP 24), na Polônia, mês passado, autoridades e especialistas discutiram alternativas para viabilizar o pagamento por serviços ambientais numa forma de incentivar a conservação de locais como Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reservas Legais (RLs). A iniciativa está prevista na legislação brasileira e também vai na direção do cumprimento dos acordos internacionais.
Um dos palestrantes na Polônia, Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima, lembra que o Brasil sempre esteve entre os pioneiros nas discussões sobre mudanças climáticas e que governo Bolsonaro já deu sinais de que vai abandonar essa agenda. Para a organização WWF-Brasil, o anúncio de não mais sediar a COP 25 diverge do posicionamento anunciado antes das eleições. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, mostra ceticismo às mudanças climáticas e já fez duras críticas ao processo internacional de negociação.
Para Vinicius Picanço, coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper, o Brasil não pode ser tímido na discussão ambiental. “Grande parte da Amazônia é nossa. O país tem os maiores lençóis freáticos, com a maior porção de água-doce do mundo. A instabilidade política causa preocupação à comunidade que tem construído a agenda ambiental. Receio que esses esforços sejam perdidos por um governo que não valorize as evidências”, destaca. “É preciso discutir isso sem olhar para dogmas, mas para dados científicos”, frisa.
Redação Blog com informações Rádio Nacional RJ
2 comentários
04 de Jan / 2019 às 21h47
Esse aí não deve ter visto a entrevista de dois ministros de Bolsonaro, que mostraram a verdade sobre a Amazônia, os índios e o meio ambiente. Nesses 13 anos os corruPTos enriqueceram explorando as riquezas ambientais deste país. Deixe de conversa mole.
04 de Jan / 2019 às 21h50
Tudo vai piorar. Louco devia ta internado