Cerca de 310 delegados petistas devem votar para eleger o novo presidente da sigla na Bahia, durante o Congresso Estadual do PT, que começou nesta sexta (19) e vai até este domingo (21), em Salvador. A abertura das atividades na Faculdade de Arquitetura da UFBA, na Federação, aconteceu em meio ao caos político criado pela delação dos donos da empresa JBS, envolvendo pagamento de propinas para o presidente Michel Temer (PMDB) e para o senador Aécio Neves (PSDB). O ex-ministro e atual secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), Jaques Wagner, além de prefeitos, vereadores, deputados federais e estaduais e representantes de diferentes movimentos sociais, populares e sindicais estiveram no início dos trabalhos. “Quem tem que tirar Temer da presidência é o povo nas ruas e não a Rede Globo. Mas esse congresso deve unir forças para que o PT enfrente esse período. Temos de trabalhar melhor a nossa diversidade dentro do partido”, diz Wagner
Para o parlamentar Valmir Assunção (PT-BA), membro da tendência Esquerda Popular Socialista (EPS) e delegado da chapa Optei, “o congresso é de suma importância para alinhar as estratégias”. “Precisamos urgentemente de uma eleição direta, fortalecer o partido e seguir com o projeto de sociedade que o PT aplica na Bahia desde o governo de Jaques Wagner. Sem falar que temos a tarefa de, em 2018, reeleger Rui Costa, e garantir a eleição de Wagner no Senado, além de ter uma boa frente para Lula retornar à Presidência da República”, aponta Valmir. Neste sábado (20), acontece os debates setoriais, onde devem sair decisões importantes, envolvendo políticas e atuação do MST, LGBT, MSTS, além dos movimentos negro, de mulheres, indígenas, quilombolas, e políticas de drogas.
Para a dirigente estadual do PT, Danielle Ferreira, segunda colocada no Processo de Eleição Direta (PED) em Salvador, os debates devem se desenvolver com temas centrais já em pesquisa pelo partido. “Acredito que o PT, mais uma vez, vai se sobressair e ampliar os debates na sociedade. Depois dessa crise, o país precisa de governabilidade”, frisa. Esse é o mesmo pensamento da ex-prefeita de Uruçuca, Fernanda Silva. Para ela, o partido terá que aumentar as críticas ao governo de Michel Temer. “Precisamos marcar serrado e brigar por eleições diretas. Temer tem de renunciar”, completa Silva ao lado do presidente do PT, Everaldo Anunciação. ..