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'Agora todo mundo está vendo que não era só discurso', diz Lula sobre Moro

"Agora todo mundo está vendo que não era só discurso", disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a interlocutores quando foi informado do teor das conversas atribuídas ao ministro da Justiça, Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol divulgadas domingo, dia 9, pelo site The Intercept. Segundo pessoas que estiveram com Lula, a revelação dos diálogos deixou o ex-presidente mais confiante de que o fim do período na prisão pode estar próximo - e também revoltado com os responsáveis pela Lava-Jato.

Nesta terça-feira, 11, Lula recebeu as visitas dos advogados Cristiano Zanin e José Roberto Battochio na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Segundo Zanin, Lula "ficou bastante impactado com o conteúdo do material". Em entrevista coletiva na saída do prédio da PF, eles disseram esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) leve em conta as revelações ao analisar os pedidos de habeas corpus pendentes na Corte...

Crise: Bolsonaro muda agenda e recebe Moro após vazamento de mensagens com Deltan

Após o vazamento de mensagens do ministro Sergio Moro (Justiça) com procuradores da Lava Jato, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) mudou sua agenda de compromissos nesta terça-feira (11) para uma conversa com o ex-juiz. O encontro, que ocorreu por volta das 9h no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, não estava previsto na agenda pública de Bolsonaro.

Até agora, Bolsonaro não se pronunciou sobre o caso. Seus filhos e alguns de seus ministros, contudo, saíram em defesa pública do ministro. No horário que recebeu Moro, o presidente havia programado uma reunião com representantes de criadores de cavalo mangalarga. Este foi o primeiro encontro dos dois desde que conteúdo da troca de mensagens entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol veio a público, no domingo (9), por meio do site Intercept Brasil...

Filhos de Bolsonaro saem em defesa de Moro e criticam vazamento de mensagens

Os filhos políticos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) saíram em defesa do ministro Sergio Moro (Justiça) e criticaram a imprensa após a divulgação pelo site Intercept Brasil de mensagens atribuídas ao ex-juiz e ao procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF). O conteúdo divulgado pelo site mostra que os dois trocavam colaborações quando integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato. Moro, que hoje é ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PSL), foi o juiz responsável pela operação em Curitiba. 

Ele deixou a função ao aceitar o convite do presidente, em novembro, após a eleição. O site informou que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram, de 2015 a 2018. "É impressão minha, ou só no Brasil, uma imprensa utiliza uma invasão ilegal de algo privado, ignorando a invalidade judicial e ilegalidade, mas não se importa em divulgar, com o único intuito de queimar o governo Bolsonaro e favorecer o sistema? Acho que já vi isso antes", escreveu o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). O vereador ainda replicou uma mensagem postada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-RS) que fala em "ataque orquestrado à Lava Jato"...

Rui classifica como 'muito grave' mensagens de Moro para Deltan: 'Chega de perseguir'

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), classificou como "muito grave" as mensagens em que mostra o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, instruindo o procurador Deltan Dallagnol na Operação Lava Jato. "Chega de mentir e perseguir. É preciso retomar a credibilidade em nossas instituições", disse o petista.

Para Rui Costa, é preciso se apurar o caso para o país "saber toda a verdade". "O que o site The Intercept divulgou é muito grave. Provoca profunda indignação. É fundamental que todo o conteúdo seja esclarecido. O Brasil precisa saber toda a verdade. Caso contrário o país, continuará sem oferecer segurança jurídica Institucional, credibilidade e confiança. O Brasil precisa recuperar sua imagem no mundo", declarou o governador, em sua conta no Twitter.

Moro, que hoje é ministro do governo Jair Bolsonaro (PSL), foi o juiz responsável pela operação em Curitiba. Ele deixou a operação ao aceitar o convite para o cargo, em novembro. Segundo a reportagem, Moro sugeriu ao MPF trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão judicial. Especialistas em direito dizem que não haveria, a princípio, nenhuma ilegalidade, mas pode ter havido desvio ético..

Mensagens mostram colaboração entre Moro e Deltan na Lava Jato

Mensagens atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol, do MPF (Ministério Público Federal), que foram divulgadas neste domingo (9) pelo site Intercept Brasil mostram que os dois trocavam colaborações quando integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato. Moro, que hoje é ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (PSL), foi o juiz responsável pela operação em Curitiba (PR). Ele deixou a operação ao aceitar o convite para o cargo, em novembro.

O site informou que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram de 2015 a 2018. Após a publicação das reportagens, a equipe de procuradores da operação divulgou nota chamando a revelação de mensagens de "ataque criminoso à Lava Jato" e disse que o caso põe em risco a segurança de seus integrantes...

Bancada baiana no senado se divide na votação que manteve proposta de retirada do COAF de Sérgio Moro

Dos senadores baianos, apenas Wagner votou para manter texto que retirou COAF de  Sérgio Moro

O Senado aprovou nesta terça-feira (28) a medida provisória (MP), editada em janeiro pelo presidente Jair Bolsonaro, que reestruturou o governo e reduziu de 29 para 22 o número de ministérios. Durante a votação, os senadores decidiram manter a alteração feita pela Câmara, que transferiu o COAF do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia. Com receio de que uma nova votação na Câmara pudesse atrasar a MP, em função do prazo apertado para a medida não deixar de valer, o próprio governo apressou-se a defender a manutenção do texto vindo da Câmara. 

Quando editou a medida provisória o presidente Bolsonaro transferiu o Coaf do extinto Ministério da Fazenda (atual pasta da Economia) para o Ministério da Justiça, mas em votação na Câmara, semana passada, os parlamentares fizeram a mudança, tirando do ex-Juiz sérgio Moro a pasta que ele muito cobiçava. O Coaf é um órgão de inteligência que atua no combate à lavagem de dinheiro e a fraudes financeiras e passa a ser comandado pelo Ministro Paulo Guedes.

Na sessão desta terça-feira (28), por 70 votos favoráveis contra 4, os senadores confirmaram a versão oriunda da Câmara, frustrando o desejo de Moro e de milhares de manifestantes que foram às ruas no último domingo (26). Na bancada baiana somente o Senador Jaques Wagner votou pela manutenção do texto que retirava o Coaf do organograma do Ministério da Justiça. Os senadores Coronel e Otto Alencar disseram não à proposta vinda da Câmara, mas foram voto vencido...

Plenário da Câmara impõe derrota ao governo e transfere Coaf para o Ministério da Economia

Texto original da Medida Provisória 870/19, enviada pelo Governo Bolsonaro ao congresso, sofreu mais uma derrota, desta vez no plenário da Câmara dos Deputados. A MP previa que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, COAF, ficasse sob responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública, de Sérgio Moro, mas o Plenário decidiu há pouco transferir o Conselho do Ministério da Justiça e Segurança Pública – como estava previsto no texto original da Medida Provisória 870/19 – para o Ministério da Economia.

Os deputados rejeitaram, por 228 votos a 210 e 4 abstenções, destaque do Podemos que pretendia retomar a redação original da MP e manter o Coaf sob responsabilidade da pasta comandada por Sérgio Moro. A transferência do Coaf para o ministério liderado por Paulo Guedes foi incluída pela comissão mista que analisou a MP. O Plenário já aprovou hoje o projeto de lei de conversão do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) para a MP, que reformula a estrutura de ministérios do governo Bolsonaro...

'Não estabeleci nenhuma condição para assumir ministério', diz Moro rebatendo Bolsonaro

O ministro Sergio Moro (Justiça) afirmou nesta segunda-feira (13) que não estabeleceu condições para ocupar o cargo no governo de Jair Bolsonaro (PSL). "Não vou receber um convite para ser ministro estabelecendo condição sobre circunstâncias do futuro que não se pode controlar", disse, durante palestra no Congresso Nacional de Macrocriminalidade e Combate à Corrupção, em Curitiba (PR). 

Um dia antes, o presidente disse ter assumido um compromisso com Moro para indicá-lo para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). "Eu fiz um compromisso com ele, porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura. Eu falei: 'A primeira vaga que tiver lá [no STF], está à sua disposição'", disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Bandeirantes...

'Na 1ª vaga que tiver', Bolsonaro espera poder indicar Moro ao STF

O presidente Jair Bolsonaro disse ontem (12) que, na primeira vaga que abrir no Supremo Tribunal Federal (STF), espera cumprir o compromisso de indicar o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. "Se Deus quiser, cumpriremos esse compromisso", disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

"Uma pessoa da qualificação do Moro se realizaria dentro do STF", afirmou. Bolsonaro disse acreditar que Moro seria um "grande aliado da sociedade brasileira dentro do STF"...

Otto Alencar (BA) e Fernando Bezerra (PE) votaram pela manutenção do COAF na pasta de Moro, mas divergiram em pautas do mesmo projeto

Por um placar de 14 votos a 11 e com votos contrários dos senadores Otto Alencar (BA) e Fernando Bezerra (PE), a Comissão Mista do Congresso aprovou, nesta quinta-feira (9), a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública para o Ministério da Economia.

A mudança, com voto favorável de outro baiano, o deputado federal Elmar Nascimento, prejudica às investigações contra corrupção e lavagem de dinheiro, na avaliação e juristas e membros da Operação Lava Jato. O resultado da votação, para analistas, foi mais uma derrota do Governo Federal e do Ministro Sérgio Moro no Congresso...

Deputado Elmar Nascimento (DEM) vota pela retirada do Coaf da pasta de Sérgio Moro

Por um placar de 14 votos a 11 e com o voto do Deputado Federal baiano, Elmar Nascimento (DEM), a Comissão Mista do Congresso aprovou nesta quinta-feira (9), a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública para o Ministério da Economia.

Procuradores do Ministério Público e órgãos ligados à justiça e á operação Lava Jato, além de especialistas em direito, lamentaram a posição da comissão, externando que a decisão pode afetar o combate à corrupção e a lavagem de dinheiro. Para analistas políticos o resultado da votação foi mais uma derrota do Governo Federal e do Ministro Sérgio Moro no Congresso Nacional, avaliando que o presdente Bolsonaro ainda tem muito que trabalhar para construir uma base sólida...

Comissão tira Coaf de Moro e devolve para o ministério da Economia

A comissão de deputados e senadores que analisa a medida provisória da reforma ministerial tirou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, pasta comandada pelo ministro Sergio Moro. Com o requerimento votado, a estrutura volta para o guarda-chuva do Ministério da Economia. Foram 14 votos contra 11 para a mudança. O texto ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado.

Parlamentares do Centrão e da oposição se juntaram para tirar o Coaf das mãos de Moro e se articularam para impor a derrota ao governo. Assinaram o requerimento que devolve o órgão para o Ministério da Economia líderes de PT, PRB, PTB, PP, MDB, Pode, PSC, DEM, PR, Solidariedade e Patriotas...

Moro rebate e diz que Lula pertence ao seu passado

O ministro da Justiça Sérgio Moro, afirmou que o ex-Presidente Lula é um "assunto do passado", acrescentando que não lhe cabe comentar a redução de pena do petista. "O Presidente Lula pertence ao meu passado. Agora estou a olhar em frente", afirmou em Belo Horizonte o atual detentor da pasta da Justiça, e responsável por decretar a prisão de Lula.

Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado por Sergio Moro, em primeira instância, em 12 de julho de 2017 a nove anos e seis meses de prisão no caso do apartamento em Guarujá, em São Paulo. Em janeiro do ano passado, a condenação foi confirmada pelo TRF-4, tribunal de segunda instância, que aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão...

'Tenho obsessão para desmascarar Sergio Moro', diz Lula na prisão

O ex-presidente Lula afirmou nesta sexta-feira (26), em entrevista exclusiva concedida à Folha de S.Paulo e ao jornal El País, ter obsessão para "desmascarar" o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, responsável por sua condenação no caso do tríplex de Guarujá (SP). "Eu tenho uma obsessão", afirmou. "Porque eu tenho certeza, o Moro tem certeza [da inocência dele]. Se as pessoas não confessarem agora, no dia da extrema unção vão confessar. Ele [Moro] tem certeza que eu sou inocente."

Lula também afirmou que, sob atual gestão Jair Bolsonaro (PSL), o Brasil está sendo governado por "um bando de maluco". Após uma batalha judicial na qual a entrevista chegou a ser censurada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), decisão revista na semana passada pelo presidente da corte, Dias Toffoli, o petista recebeu os dois veículos, em uma sala preparada pela Polícia Federal na sede do órgão em Curitiba, onde está preso desde abril do ano passado...

Moro detona ex-primeiro-ministro português: "Não debato com criminosos"

Nesta quarta-feira (24), o ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates fez duras críticas ao ministro brasileiro Sérgio Moro, que criticou a Justiça de Portugal por não conseguir avançar processos de corrupção contra políticos. Sócrates disse que Moro é "um ativista político disfarçado de juiz" e afirmou que  ministro brasileiro é um personagem. O ex-primeiro-ministro disparou: "Como juiz, indigno; como político, medíocre; como pessoa, lamentável", apontou o ex-chefe de Estado português, que comandou o país 2005 e 2011.

Em entrevista ao programa 'Fala Portugal', transmitido pela RecordTV Europa, Moro rebateu as críticas e disse que não iria responder o político português que já foi acusado de corrupção: "Em relação à pessoa particular, não debato com criminosos pela televisão, por isso não vou fazer qualquer comentário"...

Moro critica omissão de governos anteriores no combate à corrupção

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse hoje (4), em Brasília, que os governos que antecederam a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto foram omissos em relação ao combate à corrupção. Para ele, cabe ao governo federal, em qualquer tempo, encabeçar os processos de mudanças legais que se façam necessárias, o que, afirmou, não ocorreu antes no tocante ao enfrentamento ao pagamento e recebimento de propinas em troca de vantagens pessoais ou políticas.

“O que vimos no passado, especialmente em relação ao problema da grande corrupção, foi uma quase total omissão por parte do governo federal em apresentar propostas direcionadas a melhorar o quadro normativo em relação ao enfrentamento à corrupção”, disse Moro, ao participar da cerimônia de abertura da primeira reunião ordinária do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas, realizada na Procuradoria de Justiça Militar...

Filho de Bolsonaro namorou filha de acusado de matar Marielle, diz delegado

O delegado Giniton Lages, titular da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro e um dos responsáveis pelas investigações da execução de Marielle Franco, confirmou ontem terça-feira (12) que a filha do policial militar reformado Ronie Lessa — preso sob acusação de ser um dos autores do homicídio — namorou um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro.

Durante entrevista coletiva, o delegado disse que, apesar de Ronie morar no mesmo condomínio em que o presidente tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, não há nenhuma relação direta entre o crime e a família Bolsonaro. "Não detectamos isso. Isso, para nós, não está na motivação. Não é importante para este momento", afirmou...

Moro espera que prisão de ex-PMs ajude a esclarecer morte de Marielle

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, espera que as prisões dos acusados de ter assassinado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018, bem como o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos, sejam “mais um passo para a elucidação completa deste grave crime e para que todos os responsáveis sejam levados à Justiça”.

Por meio da conta oficial do ministério no Twitter, Moro destacou hoje (12) que a Polícia Federal (PF) tem contribuído com as investigações, a cargo da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro. O ministro garantiu que a PF continuará colaborando com todos os recursos necessários à continuidade das investigações, incluindo as já instauradas, para apurar supostas tentativas de obstruir o avanço do trabalho policial...

Violência doméstica é ato de covardia e precisa ser coibida, diz Moro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, assinaram hoje (8) acordo de cooperação técnica para combater a violência doméstica no Brasil. A proposta do governo federal, segundo Moro, é “incrementar” a utilização de tornozeleiras eletrônicas e de outros tipos de dispositivo – como o chamado botão de pânico que, ao ser acionado, envia uma mensagem com a localização da pessoa para agentes de segurança.

“A violência doméstica, não preciso dizer, todos sabem, é um grande problema. É um ato de covardia e isso tem que ser coibido. Uma das formas de coibir isso é através de mecanismos tecnológicos. Nós já os temos no Brasil, mas o uso precisa ser mais disseminado”, destacou, ao citar a queda n0o percentual de utilização das tornozeleiras no Brasil entre 2016 e 2017...

Em 2 meses, Moro soma derrotas e recuos depois de ordens de Bolsonaro

Dois meses após tomar posse com status de superministro, Sergio Moro já coleciona derrotas e recuos que foi obrigado a fazer publicamente após contraordens do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).

O ministro da Justiça e Segurança Pública aceitou deixar a carreira de juiz federal para assumir a pasta sob o argumento de que estava "cansado de tomar bola nas costas". Mas, em 60 dias de governo, tem enfrentado problemas parecidos.

A última delas ocorreu na quinta-feira (28), quando o ministro da Justiça teve de voltar atrás, a contragosto, na nomeação da especialista em segurança pública Ilona Szabó. Ele a havia indicado para ser membro suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Antes desse caso, Moro já havia se deparado com outros episódios de constrangimento, o que tem gerado desgaste e irritado o ministro. Sergio Moro, segundo assessores próximos, passou a quinta-feira de cara fechada. Logo nos primeiros dias no cargo, Moro recebeu a missão de concretizar mudanças na legislação para dar aos cidadãos mais acesso à posse de armas, bandeira de Bolsonaro durante a campanha presidencial do ano passado.

Desde o começo, o ministro tentara se desvincular da autoria da ideia, ao dizer nos bastidores que apenas estava cumprindo ordens do presidente. Na elaboração do decreto, que foi publicado em janeiro, algumas de suas sugestões foram ignoradas, como o número de armas que poderia ser registrado por pessoa --ele defendeu que tinham que ser apenas duas, e não quatro, como acabou estabelecido no decreto sobre o assunto.

Em outro caso, o ministro viu o governo interferir naquilo que mais se dedicou desde a posse, seu pacote anticrime e anticorrupção, que reúne projetos de leis apresentados ao Congresso em fevereiro. Entre as medidas, Moro incluiu a criminalização do caixa dois. Dias depois, no entanto, soube que, por decisão do Palácio do Planalto, o tema iria tramitar separadamente do restante das propostas, que incluem mudanças na legislação sobre crime organizado, corrupção e tráfico de drogas.

A ideia de tirar a criminalização do caixa dois do texto principal visou atenuar a resistência de parlamentares e acabou expondo Moro por confrontar seu discurso de ministro em relação ao de juiz. Como juiz, Moro enfatizava a gravidade do caixa dois. "Muitas vezes [o caixa dois] é visto como um ilícito menor, mas é trapaça numa eleição", afirmou em agosto de 2016.

Como ministro de Bolsonaro, diante da decisão de separar a proposta de criminalização do projeto principal, Moro afirmou ter atendido à queixa de alguns políticos de que "o caixa dois é um crime grave, mas não tem a mesma gravidade que corrupção, crime organizado e crimes violentos".

Mesmo quando não teve de recuar, o ministro da Justiça e Segurança Pública deu sinais de fragilidade quando a palavra do presidente foi mais forte do que a dele, como no escândalo revelado pela Folha de S.Paulo sobre candidaturas de laranjas do PSL, partido de Bolsonaro.

Enquanto Moro deu declarações evasivas, dizendo que a Polícia Federal iria investigar se "houvesse necessidade" e que não sabia se havia consistência nas denúncias, Bolsonaro determinou dias depois, de forma enfática, a abertura de investigações para apurar o esquema --que resultou na queda do ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), que presidiu o PSL nas eleições.

No episódio de Ilona Szabó (que é colunista da Folha de S.Paulo), o ministro ainda teve de acompanhar declarações públicas que explicitaram sua derrota, como entrevistas da especialista e mensagens dos filhos do presidente da República.

"Meu ponto de vista é como essa Ilana Szabó aceita fazer parte do governo Bolsonaro. É muita cara de pau junto com uma vontade louca de sabotar, só pode", escreveu o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, em uma rede social.

O próprio Ministério da Justiça admitiu a derrota por meio de nota à imprensa. "Diante da repercussão negativa em alguns segmentos, optou-se por revogar a nomeação, o que foi previamente comunicado à nomeada e a quem o ministério respeitosamente apresenta escusas", disse o comunicado.

Mesmo com o recuo, Sergio Moro defendeu o convite que havia feito dizendo na nota que foi motivado "pelos relevantes conhecimentos da nomeada na área de segurança pública e igualmente pela notoriedade e qualidade dos serviços prestados pelo Instituto Igarapé".

Ilona Szabó caiu porque é contrária ao afrouxamento das regras de acesso a armas, política do governo Bolsonaro. Também já criticou em artigo o pacote anticrime de Moro, ao considerar preocupantes, entre outras coisas, as medidas que tendem a ampliar o direito à legítima defesa.

"O sentimento é o de que quem ganha é a polarização, perde a pluralidade e o debate de ideias, tão fundamentais numa democracia", disse a especialista à reportagem. As "tratoradas" de Bolsonaro não atingem apenas Moro, no entanto. Diferentes ministros já foram derrotados e tiveram que anunciar recuos --como Gustavo Bebianno, antes de ser demitido em meio à crise das candidas laranjas.

Em áudios vazados publicados pela revista Veja, por exemplo, Bolsonaro mandou uma mensagem a Bebianno pedindo para cancelar uma viagem dele e de outros ministros que já estava marcada para a Amazônia. Paulo Guedes (Economia), que também entrou com status de superministro, é outro que já teve contratempos com o Planalto. O principal deles envolve a reforma da Previdência. O presidente afirmou nesta quinta (28) que o governo pode alterar a proposta de idade mínima para mulheres de 62 anos para 60 anos...