ARTIGO – AS ELEIÇÕES EM DOIS TEMPOS
O resultado global das eleições de 2016 escreveu uma nova página na história recente do Brasil, pela importante lição que o eleitorado endereçou à classe política, principalmente a uma certa corrente que estava com um choro piegas e um discurso inconsistente invocando a tese do golpismo como bandeira, e que insistia em dizer que o povo daria a resposta nas urnas, a qual foi dada, realmente, de forma contundente e esmagadora. Arrisco a dizer que, com certeza, a mensagem das urnas em nenhum momento teve qualquer vestígio de aprovação ao governo atual que assumiu o país, mesmo porque além de alguns percalços na formação da equipe com vários nomes de possíveis clientes da Lava-Jato, as medidas adotadas visando recolocar o país nos rumos da normalidade ainda não produziram os resultados necessários e ansiosamente desejados pelo povo.
A verdade é que a votação foi sintomática da total desaprovação ao sistema político que dominava o país, corroído no cerne de sua estrutura ética e moral, o que se traduziu como um legítimo referendo popular ao impeachment votado pelo Congresso, e que jogou por terra a frágil e débil tese do “golpismo”. As evidências indicam que até hoje procuram uma nova palavra no vocabulário para substituí-la como mote dos discursos na fase pós-eleitoral!..