Desemprego e desalento: É muito triste só dar com a cara na porta”, lamenta a baiana Iane Nascimento
lane Nascimento mal completou 23 anos e já tem pouca esperança no futuro. Depois de quatro anos em busca de trabalho e apenas duas chamadas para entrevistas de emprego, ambas infrutíferas, a moradora do Jardim Santo Inácio, bairro da periferia de Salvador, decidiu parar de procurar. Passou assim a fazer parte de um contingente cada vez maior de brasileiros: os desalentados. São aqueles que, após busca e frustração, desistiram de procurar emprego. “A gente procura, procura e nunca tem resultado, só o desânimo de não conseguir. Prefiro ajudar ‘mainha’ em casa e estudar mais até mudar essa situação de desemprego no país”, disse.
Com a crise econômica, Salvador, onde Alane nasceu e sempre viveu, se transformou na capital brasileira do desalento. Isso porque a Bahia é o estado em que mais pessoas desistem de buscar emprego no Brasil. De janeiro a março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 805 mil pessoas disseram não ter tomado nenhuma iniciativa de busca de trabalho no estado. É um número 21% maior em relação ao último trimestre de 2017, quando 663 mil pessoas disseram ter desistido de procurar emprego no estado...