O momento político conturbado que o país atravessa transfere à sociedade brasileira consequências as mais diversas, cuja gravidade deixa no cidadão uma dúvida atroz: se está vivendo um SONO PESADO ou é vítima de um PESADELO? Muitos questionam o silêncio das ruas e o sumiço repentino dos panelaços, mas não fazem um mínimo de reflexão sobre os motivos geradores desse arrefecimento, motivados pelo descrédito e o desencanto com a péssima performance atual dos tais líderes, que pululam em todos os partidos, além da falta de opção de nomes confiáveis para um futuro próximo, ou mais precisamente, daqui a oito meses, o que nem tempo mais existe para nascer novas alternativas.
Assim, o sono pesado desse cidadão anônimo demonstra não pretender ouvir o ruído de tantos discursos inócuos que somente tentam enganar o eleitorado, principalmente quando pregam teses falsas de falência da Previdência Social, mas não reconhecem que parte das suas receitas arrecadadas, através das contribuições sociais e dos impostos, é desviada para outras finalidades, e assim o déficit de 190,0 bilhões de reais não é verdadeiro. E, para ser mais afirmativo, sem dúvidas é um número manipulado, para não dizer falso... Quando percebem que essa reforma não atinge os Poderes Legislativo e Judiciário, como se estes representassem uma casta especial de príncipes, e somente os plebeus são penalizados... Quando não dizem que nenhuma reforma foi realizada para reduzir a monumental estrutura da máquina do Estado, cujas despesas respondem por uma substancial fatia no badalado déficit público... Ou, talvez, não queira ouvir a verdade mais evidente, de que sobre os seus ombros recairá sempre a responsabilidade pelo ônus de socorrer o Estado e não o contrário...
Quem sabe, também, esse cidadão esteja assistindo com desalento à transformação do seu sonho de viver numa nação forte e respeitada, em um mero e fatídico pesadelo. Essa é uma realidade que atormenta!
O cenário político está configurado num universo permeado de tendências ideológicas volúveis e posições que se modificam dentro das mais variadas conveniências. Entendo que o governo é fraco e incapaz no encaminhamento de soluções para muitos dos problemas existentes, mas aqueles que mais o combatem foram os geradores da crise atual, inclusive compartilhado pelo próprio Presidente atual que lá estava como Vice, além de alguns Ministros que lá estiveram na equipe ou na base política.
No caso da intervenção na área de segurança do Rio de Janeiro, por exemplo, tanto os políticos em geral, como a própria população reclamavam da incompetência do governo em controlar a situação de violência exacerbada e dominante no Rio de Janeiro. Os políticos que vinham administrando o Estado nos últimos tempos foram presos pela conivência com a criminalidade e o assalto aos cofres públicos. Agora que o Governo Federal optou pela Intervenção Militar, através da parceria do Exército com as Polícias Militar e Civil do Estado, o que se presencia é a Oposição se manifestando contrária, alegando que não há motivo ou fundamentação para ato tão violento, e justificando que só vê motivação política para tal decisão. Essa postura verborreica é de uma burrice e irracionalidade inconcebíveis, somente sustentada pela cretinice do radicalismo partidário.
Com todo o respeito que merece a população ordeira do belo Rio de Janeiro, entendo que o Governo Federal foi fraco mesmo, mas, porque deveria ter decretado a mais tempo a Intervenção Política e Administrativa no Estado, visto a irresponsabilidade como ele vem sendo governado! Basta lembrar que o ex-governador Sérgio Cabral está condenado a 87 anos de prisão!
Ressalto que não foi um ato discricionário porque o Decreto foi submetido ao Congresso Nacional, que o aprovou na forma democrática e constitucional, reconhecendo o acerto da medida. Como sempre, faltou aos políticos da Oposição, nessa hora, a coerência de ter votado essa medida, que visa atender às reivindicações de um povo que vive dominado pelo medo e lembrar das crianças que têm perdido as suas vidas pelas balas perdidas, não deixando de ser, para toda a sociedade, verdadeiro SONO PESADO e um PESADELO.
AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público. (Irecê - BA).
9 comentários
25 de Feb / 2018 às 23h22
Plena verdade, tudo dito e bem dito, sobre esses fantasmas que tiram nossos sonos e atrapalham nossos sonhos, porque quando um ruim sai, entra um bem pior e aí não tem quem aguente... Sobre essas personas que estão aí se apresentando, queria muito colocar num coador e ver o que poderia ser aproveitado. Sinceramente, quando olho para todos, infelizmente nada vejo! Desculpem a sinceridade.
25 de Feb / 2018 às 23h23
Parabéns, amigo Agenor, pelo belo artigo 280! Com certeza, o povo ainda está dormindo com esse PESADELO!! (Uauá-BA).
25 de Feb / 2018 às 23h26
Agenor! Parabéns mais uma vez!! Nota 10!!! (Salvador-BA).
25 de Feb / 2018 às 23h30
Acabo de ler mais uma edição de suas criativas "Crônica da Semana". Sobre o tema (Sono Pesado ou Pesadelo) apraz-me ver que, ao menos no segundo parágrafo, você, enfim, reconhece algo que -desde quando Waldir Pires foi Ministro da Previdência- especialistas, inclusive de Associações ligadas ao pessoal da Receita Federal, vêm afirmando: "a previdência social no Brasil não é deficitária; ela assim se torna pelo desvio de seus recursos para outras finalidades, prática nefasta que marca a atuação de todos os governos, independentemente de sua formação ideológico-partidária". (Continua).
25 de Feb / 2018 às 23h31
Não obstante, mais adiante você torna a responsabilizar o governo deposto pelo caos, agravado com os trapalhões que, além de já haverem destruído a maior conquista do trabalhador brasileiro - a CLT do saudoso Getúlio Vargas - ainda, entre outras sandices, preparavam-se para sacrificar a população com a Reforma da Previdência. Com efeito, em outro bom momento de sua narrativa, você reconhece que os verdadeiros 'sangue-sugas" do erário (no caso, fartos setores do legislativo e do judiciário), estariam a salvo de mais um sacrifício, novamente imposto apenas ao povão. (Salvador-BA.
26 de Feb / 2018 às 07h07
site do ex-presidente Lula divulgou hoje uma contestação técnica dos informações veiculadas pelo Estadão onde se no ticiou que “Laudo do Drousys aprofunda dados contra Lula no caso do terreno e não mostra nulidade de prova” “Ao contrário do que afirma a reportagem, o laudo entregue pela Polícia Federal na última sexta-feira (23/02) não confirmou a existência de qualquer documento que vincule o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a contratos da Petrobras e muito menos ao recebimento de qualquer imóvel para o Instituto Lula ou para a sua moradia, ao contrário do que afirmou a acusação (Ação
26 de Feb / 2018 às 08h31
Se ainda estamos no SONO PESADO, o fato que em breve estaremos no PESADELO. E fica muito difícil entender um país que tem gastos exorbitantes na administração pública, como altos salários , estatais deficitárias e um quadro político que permite um estrutura gigantesca e inútil nas câmaras de vereadores, assembleias estaduais e congresso, tentar diminuir apenas as despesas previdenciárias. Pela análise dos números governamentais, o déficit da previdência vem unicamente das aposentadorias de servidores públicos, e portanto deveria ser separada do regime previdenciário.Para uma melhor gestão.
26 de Feb / 2018 às 09h16
A sensação que tenho é que a população está anestesiada, incrédula com todos os acontecimentos e a falta deles. Entrou naquele momento de que não adianta ir às ruas, não adianta gritar porque nada vai mudar. Então entra num sono profundo para esperar que, quando acordar, tudo esteja diferente, como num passe de mágica. (Salvador-BA).
26 de Feb / 2018 às 11h07
SONO PESADO OU PESADELO são duas ciosas ruins, não faz bem a ninguém, é uma noite perdida, que atormenta as pessoas conscientes.