Há mais de uma década, mulheres do semiárido baiano decidiram liderar uma associação de cultivo de frutos silvestres, como o umbu, o maracujá e a goiaba. A Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (COOPERCUC), desde o ano passado, vende anualmente 280 mil dólares em produtos comercializados mundo afora. Iniciativa recebeu apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola das Nações Unidas (FIDA).
Em 2015, o Projeto de Desenvolvimento Sustentável na Região Semiárida da Bahia — financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola das Nações Unidas (FIDA) — copatrocinou a construção de uma nova usina de processamento para o grupo. A instalação tem capacidade para processar 500 kg de fruta por dia. Fábrica realiza extração de suco e polpa, além de engarrafar e enlatar produtos.
Outra vantagem trazida pelo investimento foi a possibilidade de explorar novos mercados. A usina permite aos agricultores fazer sorvetes e picolés à base de fruta. Atualmente, a COOPERCUC emprega 280 trabalhadores de 18 comunidades rurais. Com as novas capacidades produtivas da usina, a cooperativa espera que mais 700 profissionais se unam à associação.
O grupo de agricultores familiares tem certificados que atestam que seus produtos são orgânicos e comercializados de forma justa. A COOPERCUC também possui parcerias com organizações e empresas, como a Slow Food e a L’Occitane en Provence, que já levaram os produtos da cooperativa para outros países.
Na direção da associação, está Denise dos Santos, de 26 anos. Seus pais foram uns dos fundadores da COOPERCUC. A jovem se formou em administração de negócios e, após concluir a universidade, decidiu voltar a Uauá para “devolver” à comunidade parte de seus conhecimentos.
“Disse que nós éramos loucos quando começamos a usar umbu e outras plantas”, lembra Denise. “Olha aonde essa loucura nos levou! Somos uma companhia próspera agora. Mas a COOPERCUC não se resume ao lucro. Trata-se de mostrar para as pessoas que é possível ganhar a vida no Sertão. Estamos provando isso sem sombra de dúvida.”
Fonte: ONU-Gravetero
2 comentários
15 de Feb / 2018 às 01h30
Quem pesquisou como pioneiro o potencial do umbu foi Dr. Clasrismar, ex EBDA e professor do DTCS UNEB. Além dele tem os pesquisadores da embrapa semiárido que tb tiveram a iniciativa junto aos agricultores está dádiva de potencializar os derivados do umbu, sobretudo a tradicional e histórica umbuzada. Coopecrcuc não se esqueçam disso. Vcs são incapazes de vender aos nativos do território . Não se vê um sub produto em nenhuma gôndola de mercado ou supermercado local . E se tivesse sairia muito caro fora da realidade do bolso do povo e por ser orgânico extrativismo...
15 de Feb / 2018 às 01h32
... Daì se o cpatsa fizerem um estudo de impacto de comércio de exportação e de conhecimento tradicional da umbuzada, perderiam feio para quem idealizou e colocou nas mais da ONG que foram aqueles pesquisadores e sobretudo os ditos caatingueiros chamados erroneamente de agricultores familiares.