DEMOLIÇÃO DE PATRIMÔNIO EM JUAZEIRO CAUSA INDIGNAÇÃO. SEMAURB INFORMA QUE OBRA ESTAVA EMBARGADA

Verdadeiros crimes contra o patrimônio histórico vêm acontecendo em Juazeiro e Petrolina. Esses patrimônios estão sendo destruídos e geram indignação entre os moradores das cidades. Através de vídeo e fotos mostramos mais uma destruição, dessa vez de uma casa histórica localizada na Orla I e que numa época passada, serviu de residência do comerciante do Mercado "Senhor" Romualdo, depois foi transformada em um quartel da Polícia Militar, e posteriormente Hotel da empresária Calu.

Membros do Conselho Municipal de Cultura denunciaram o fato ao Ministério Público e lamentaram o ocorrido: "A indignação é quanto ao fator histórico e cultural, patrimônio que vem sendo destruído a cada ano em Juazeiro". A obra foi embargada pela Semaurb (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano) que justificou o fato da empresa não ter autorização para a obra. Em contato com a Prefeitura esta ainda não respondeu se o prédio está tombado pela lei de autoria do ex-vereador José Carlos Tanuri para que se preserve os prédios antigos com o objetivo de manter a história da cidade.

O historiador Rogério Tampellini acredita que faltam incentivos para evitar essas situações. “Quando se fala em monumento histórico não tem mais o que fazer depois que foi destruído, então nós temos que lutar para preservar e levar a questão para a sociedade, para criar mecanismos e incentivos para os proprietários e empresários preservarem esses espaços. Mas o poder público tem que dar o exemplo”, explicou.

O Conselho Municipal de Cultura se manifestou sobre o assunto. Confiram:

O Conselho Municipal de Cultura (CMC), vem, por meio desta, publicizar as ações (reações) no tocante a demolição do imóvel histórico, localizado na Avenida Dr. Juvêncio Alves, nº 100. Já na eleição da nova gestão do biênio 2018/19, que ocorrera em dezembro de 2017, houve um comunicado do que estava se passando no imóvel, inclusive fora feito pedido de tal comunicação, constar em ata.

Num segundo momento, com os conselheiros devidamente empossados, tivemos a primeira reunião onde definiu-se duas comissões permanentes, uma delas foi a comissão de Patrimônio e Memória. Desde então, a comissão tem se debruçado sobre os dispositivos legais existentes no município e nas demais esferas. Como produto desse estudo, tivemos, o encaminhamento do primeiro ofício para Secretaria Municipal de Cultura - SECULTE, cuja tônica fora, além de informar requerer da mesma, informações sobre o imóvel. Isso se dera no dia 2 de fevereiro.

Passados poucos dias, vimos que, as intervenções no imóvel se desenrolaram mais rápidas do que as informações da secretaria, assim, tomamos a decisão de encaminhar outro ofício endereçado ao Ministério Público, cujo objetivo seria a paralisação da obra, até que sejam tomadas medidas de adequação e cumprimento da lei.

Ao final do dia tivemos notícias de que a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano – SEMAURB, havia embargado a obra, o que pode indicar que a SECULTE e SEMAURB dialogaram em algum momento.

Para finalizar. Gostaria de elogiar em nome do CMC, os companheiros desse grupo que denunciaram com registros imagéticos e questionamentos sobre o imóvel. É preciso agora um ato público que faça do imóvel em questão um marco afetivo de alerta sobre essa temática (patrimônio histórico-artístico), que tem tentáculos latentes desde a concepção de organização urbana, novas possibilidades econômicas e a formação afetiva da identidade do juazeirense.

Conselho Municipal de Cultura

Da Redação