Carnaval: época pede atenção às doenças sexualmente transmissíveis

Na época do carnaval, período de maior festividade e alegria, é importante lembrar que a melhor forma de prevenção de infecções sexualmente transmitidas, também conhecidas como ISTs, é o sexo seguro com o uso de preservativo. Uma pesquisa do Ministério da Saúde constatou que, cerca de 14% das 827 mil pessoas que convivem com Aids no Brasil, não sabem que estão infectadas. Essa porcentagem corresponde a um total de 112 mil cidadãos.

Em uma recente pesquisa publicada nos Estados Unidos, constatou-se que 40% dos casos de transmissão do vírus HIV estão relacionados aos 15% de indivíduos que são portadores do vírus mas não sabem. O trabalho percebeu ainda que, em média, as pessoas levam cerca de 3 anos para descobrirem uma IST. Hoje, sabemos que o quanto antes o tratamento for iniciado, maiores são as chances de a pessoa infectada permanecer sem sintomas.

Por isso deve-se salientar que, além da prevenção, a realização do exame para diagnosticar as infecções sexualmente transmissíveis (que está disponível na rede pública de forma rápida e gratuita), também é fundamental. Vale lembrar ainda que, apesar da AIDS ser uma das formas mais graves de ISTs, outras doenças desse grupo também podem ser prevenidas com o sexo seguro. Dentre elas podemos citar a Clamídia, Gonorréia, Herpes e Sífilis, cujo aumento do número de casos foi reportado nos últimos anos no Brasil.

Essas doenças fazem parte de um grupo conhecido como Infecções Sexualmente Transmissíveis Curáveis, ou ISTc. Apesar de serem conhecidas há muito tempo, como é o caso da Gonorréia (cujos primeiros relatos datam do século XI), elas permanecem até hoje como importantes causas de doença e preocupação para as autoridades sanitárias em todo o mundo. Aqui, vale novamente lembrar da importância da realização de exames juntamente com a prevenção. 

Nas infecções por Clamídia, por exemplo, cerca da metade dos casos pode ocorrer de forma assintomática e se desenvolver para uma doença crônica. Acometendo principalmente mulheres jovens, é uma das maiores causas de infertilidade feminina. Pessoas que são portadoras de outras doenças, como Herpes e Tricomoníase, têm 3 vezes mais chances de contraírem HIV.

Estima-se que ocorram cerca de 350 milhões de casos de ISTs a cada ano em todo o mundo, o que faz com que tenhamos um número próximo de 1 milhão de casos a cada dia. Em 2014, o Ministério da Saúde registrou que dentre 10,3 milhões de casos contabilizados como DSTs, apenas 18% dos homens e 11% das mulheres procuraram por um serviço de saúde para o diagnóstico e tratamento.

Portanto, durante o carnaval (e também fora dele), é fundamental lembrar que a prevenção de doenças que podem acarretar problemas mais sérios para a saúde é possível. Através de sexo seguro e visitas periódicas aos centros de saúde, aonde exames simples e tratamento adequado poderão ser realizados, conseguimos prevenir e combater a propagação das Infecções Sexualmente Transmissíveis.

MEC