Reservatórios de água em níveis críticos, o Nordeste brasileiro está vivendo de vento. Desde abril, a energia eólica, produzida pela capacidade dos ventos em girar gigantes aerogeradores, é a principal fonte de geração naquele subsistema, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A produção de energia eólica no Brasil está batendo recorde atrás de recorde, principalmente no Nordeste. Os bons ventos nunca foram tão bem aproveitados. O Brasil tem 457 parques eólicos, 80% deles estão no Nordeste. Juntos, eles têm capacidade de produzir 11,4 gigawatts de energia eólica. É o equivalente a uma usina de Belo Monte. Esses recordes seguidos de produção de energia a partir dos ventos têm duas explicações. Primeiro, porque novos parques eólicos estão sendo colocados em operação.
No Brasil, os ventos vão ficando mais fortes de meados de junho até dezembro. Os melhores meses são setembro e outubro. Por isso, o setor aposta que muitos recordes vão ser quebrados até o fim de 2017. Até 2020, outros 287 parques vão entrar em operação e vão gerar mais 7 gigawatts de eletricidade. O potencial de crescimento da produção desse tipo de energia é imenso. Uma conta, feita pela Associação Brasileira de Energia Eólica, deixa isso claro.
Todas as usinas do país, de todas as fontes - hidrelétrica, termoelétrica, eólica, solar - têm capacidade de produzir juntas 160 gigawatts de energia. Mas se tivéssemos parques eólicos em todos os lugares do Brasil já mapeados, a produção poderia chegar a 500 gigawatts, mais do que o triplo do que produzimos hoje.
Em 2016, o Brasil ficou em nono lugar no ranking mundial de produção de energia eólica. A primeira da lista é a China. Segundo Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, o setor tem R$ 20 bilhões para investir em novos parques a cada ano. Mas os investimentos só serão feitos quando houver necessidade de geração de mais energia.
Correio Braziliense
7 comentários
11 de Oct / 2017 às 06h53
Se todo o processo (da contratação de áreas a implantação de parques) não fosse tão burocrático e moroso, à essa altura - com a geração escassa de energia elétrica -, não estaríamos nos submetendo ao exorbitante preço de tarifas das termelétricas. Eólica, solar e outras renováveis são energias limpas, não degradam o meio ambiente. Falta mesmo é conscientização maior de nossos governantes para que, com mais incentivo haja ampliação e celeridade.
11 de Oct / 2017 às 08h12
A implantação de usinas eólicas vai contra interesses financeiros, do mesmo jeito que não fabricam carro movido à hidrogênio, não baixam o preço da gasolina no país e não cobram as dívidas do INSS de grandes instituições.
11 de Oct / 2017 às 08h13
Como sair desses passos de tartarugas, Sr. Sandoval, se as maiores construtoras do País não participam GENEROSAMENTE de licitação nem construção desses parques eólicos?... Depois, as termelétricas das quais não sabemos dos "acordos de gaveta", como ficariam?... Falta competência, e sobretudo seriedade neste País!
11 de Oct / 2017 às 08h30
Já existem países com tarifas insignificantes e até fornecimento de energia gratuita, enquanto aqui muitos Parques Eólicos apesar de erguidos tem seus aerogeradores rodando à toa ao vento por falta de linha de transmissão. Acho que a publicidade tá distante do que vejo em viagem por toda a Bahia, inclusive nesta região, onde a construção de parques em Sento-Sé está a alguns anos estacionada. É lamentável que este PAÍS continue tão PEQUENO!
11 de Oct / 2017 às 08h48
A crise hídrica tá aí; A irresponsabilidade também. Qual quer pessoa leiga tem plena consciência que as energias renováveis é a solução. Difícil mesmo é o Governo ceder a isso sem as propinas que a Odebrecht, OAS e outras construtoras abasteceram ss/ contas-correntes... Falta Vergonha Na Cara, Brasil!!!
11 de Oct / 2017 às 11h49
Faz anos que batem nessa tecla sobre energia eólica... O que não vejo é a ampliação necessária de parques que evitariam que este Governo Sem Nenhum Compromisso onerasse tanto e bem a vontade as tarifas de consumo de energia que pagamos. Não sabemos mesmo até onde vamos... quem sabe, à luz de candeeiros, se até temos um Ministro das Minas e Energia permanentemente às margens desse descompromisso!
11 de Oct / 2017 às 12h08
Digam que esses parques vão gerar mais energia aqui em Sento-Sé, e direi que este município vai ressurgir das cinzas! Recuperação de longo trecho da estrada que ruma a 2 décadas sob promessas; empresa agrícola falida; política que nada proporciona a um povo sem qualquer estímulo; mina escassa de ametista que fez tantos sonharem, e outros não vem estimulando o povo que persiste habitando este município com vasta extensão de terra, ventos abundantes, dentre outras riquezas naturais. Aqui, a implantação de parques eólicos PAROU a alguns anos sem qualquer justificativa convincente. E aí?