O título está entre aspas, porque a indagação não me pertence, mas, sim, ao leitor Guarabira Queiroz Lima, no seu comentário à minha última crônica, a quem peço permissão para usar a expressão. Poderia até afirmar que a pertinente colocação não é de exclusividade do amigo Guarabira, uma vez que essa pergunta está contida no universo de dúvidas que hoje domina o eleitorado brasileiro.
É válido afirmar que o país atingiu o fundo do poço ou o ponto mais extremo da escassez de lideranças dignas e de respeito, de tal forma que, se colocar na peneira os candidatos com “fichas sujas” da política nacional eles irão forçar tanto a passagem que ela fatalmente irá se romper...! E assim, nos quatro cantos deste imenso território brasileiro o questionamento é sempre “EM QUEM VOTAR?”, seja numa eleição Direta antecipada, se agora casuisticamente for aprovada, ou mesmo aquela que, constitucionalmente, já está prevista no Calendário Eleitoral para 2018. O impasse é tão acachapante que repito a frase pronunciada pelo Senador Cristóvam Buarque, da tribuna do Senado, e por mim já utilizada, diante da hipótese de uma eleição Indireta imediata: “[...] eu costumo dizer, nós todos hoje, estamos sob suspeição da opinião pública; não tem exceção, uns mais outros menos”.
Na atualidade há absoluta carência de nomes desprovidos das máculas que se tornaram muito evidentes nos últimos tempos, desde ex-presidentes ou os demais pretensos candidatos ao cargo. Investigados, já condenados ou não, os indícios de culpa são tão claros que o julgamento da população se torna mais importante que a própria condenação judicial, sujeita às muitas variáveis processuais dos recursos protelatórios e, ainda, aos conflitos interpretativos de julgamentos meio nebulosos nas diversas Instâncias! Triste e deprimente conclusão! Como nunca se viu no país um processo de depuração do nível ora praticado pela Operação Lava Jato, essa é a oportunidade rara que se apresenta ao cidadão brasileiro de deixar o partidarismo sectário de lado, seja situação ou oposição, para apoiar a exclusão total desses usurpadores que estão na linha de frente do comando da Nação, utilizando a força da sua poderosa arma: O VOTO.
Avocar as realizações de qualquer governo como peça justificadora de retornos à cena política, mas obscurecer todo um conjunto de tristes fatos que marcaram de forma negativa essa mesma administração, é querer ludibriar a boa-fé do eleitor, que precisa se convencer de que as obras e projetos não são conquistas, mas o cumprimento de obrigações e responsabilidades inerentes à função para a qual cada um foi eleito. Essa Nação, jovem e cheia de potencialidades, merece uma chance de recuperação do achincalhamento em que a prostraram perante o mundo! Aqueles que são os verdadeiros causadores desse débil cenário atual, irão utilizar todos os recursos legais e ilegais que assegurem as suas sobrevivências, e a preservação dos patrimônios que sujamente construíram, mesmo que tenham de ser agraciados com prisão domiciliar e as já famosas “tornozeleiras eletrônicas”...!
Como bem afirmou o escritor francês Victor Hugo, “entre um governo que faz o mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade VERGONHOSA”. Se não pretendemos entrar para a história com o registro negativo de que fomos cúmplices e omissos diante de tantas mazelas, assimilemos, também, a verdade que se encerra no pensamento do escritor moçambicano, Mia Couto: “VOCÊ É LIVRE PARA FAZER SUAS ESCOLHAS, MAS É PRISIONEIRO DAS CONSEQUÊNCIAS”. É oportuno lembrar que você, meu caro eleitor, ainda terá tempo suficiente para evitar a “cumplicidade VERGONHOSA” para si mesmo.
AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).
15 comentários
02 de Jul / 2017 às 23h13
Eis a pergunta Grande Agenor. Tudo bem dito e explicado sobre as figuras atuais que estão na sua maioria a desejar. Como as cuecas ficaram rasas, optaram por malas e tudo que seja mais prático e maior para poder caber o dinheiro escuso e vergonhoso. A ilustração de um grande sábio e suas pertinentes palavras realmente nos faz pensar e pensar... e continuar perguntando: EM QUEM VOTAR?
02 de Jul / 2017 às 23h27
Sábias palavras! Somos cúmplices quando os elegemos, mas não somos cúmplices nas falcatruas, roubalheiras, corrupção. Então precisamos agir para limpar e erradicar essas ervas podres do governo. Ainda acredito no Povo Brasileiro! (Salvador-BA).
02 de Jul / 2017 às 23h31
Reitero a necessidade da mudança de nosso regime eleitoral, (Presidencialismo de Coalisão), para o Parlamentarismo, Amigo! Mas como fazê-lo nas atuais circunstância com esse parlamento aí? Tá muito difícil, Amigo! Muito difícil! (Salvador-BA).
02 de Jul / 2017 às 23h37
Parabéns mais uma vez, você descreveu a verdade nua e crua da situação política do Brasil atual, onde chegamos a não sabermos em quem votar, embora saibamos da necessidade de renovarmos politicamente nosso Brasil. (Camamú-BA).
02 de Jul / 2017 às 23h42
À propósito do tema abordado em sua crônica "EM QUEM VOTAR" ? Estava previsto uma eleição suplementar no Amazonas, determinado pelo SUPERIOR TRIBUNAL ELEITORAL e, no final desta semana o Ministro LEWANDOWSKI, resolveu suspender a referida eleição deixando uma ameaça de perda de cerca de seis milhões de reais, por conta da ELEIÇÃO JÁ EM ANDAMENTO COM CANDIDATOS ENTRE OUTRAS DESPESAS DO TRIBUNAL ELEITORAL DO AMAZONAS. É UM DESRESPEITO TOTAL PELO POVO QUE JÁ VEM SOFRENDO COM ESSA SITUAÇÃO FRÁGIL E CAÓTICA, EM TODOS OS SENTIDOS QUE O POVO TRABALHADOR VEM SOFRENDO.
02 de Jul / 2017 às 23h45
...É uma verdade que o escritor moçambicano afirmou que "VOCE TEM O DIREITO DE ESCOLHER, MAS, SE SOUBER ESCOLHER VAI SER REFÉM E AMARGAR A CONSEQUÊNCIA DO SEU VOTO" - MANAUS (AM).
03 de Jul / 2017 às 00h01
Não temos respostas! Situação deprimente desse país! (Salvador-BA).
03 de Jul / 2017 às 04h04
Bom artigo. Se olharmos localmente em Juazeiro os dep estaduais (um da detalhes e um outro arroaceiro da SEDIS) entre outros partidecos de politiqueiros na ativa já sabem desse conto de artigo. Eleitores de curral são culpados das mazelas da corrupção. ISAC agroquimicos tb não quer perder a boquinha acachopando o PC do B em pró de si proprio e o partideco tb se aproveitando. Uniu oposicao e situacao na vereança do fazem nada.
03 de Jul / 2017 às 08h24
Mxeu Temi e Cunha não foram eleitos p presidente. Eles compraram a midia e os deputados denunciado p tirar uma mulher honesta Dilma??Agora ta em Brasília a pior quadrilha que rouba e mata amigo de Moru??
03 de Jul / 2017 às 10h06
Infelizmente o nosso povo, esta nação maravilhosa com recursos infindáveis, por falta de informação e educação, ou está engajado no mecanismo ou prefere tomar uma cerveja. Profissionalizamos as instituições: políticos, executivo, legislativo e judiciário. Lamentável. (Salvador-BA)
03 de Jul / 2017 às 10h18
A pergunta é excelente, Agenor. E me faz questionar se adianta votar. Pois em todos os candidatos, não existem brasileiros competentes. Pois as pessoas que teriam condições de exercer mandatos inteligentes e honestos estão retirados da política, pela absoluta incapacidade de enfrentar o fisiologismo e a ideologia radical de esquerda. Estamos em uma encruzilhada. Entre a dúvida em quem votar e a impossibilidade da escolha de programas políticos adequados.FOZ DO IGUAÇU
03 de Jul / 2017 às 11h40
VENDEDOR E COMPRADOR DE VOTOS NÃO TEM MORAL
03 de Jul / 2017 às 11h58
Concordo com a crônica. Em quem votar? O meu voto sempre foi livre, mas a maioria das vezes que votei em certos candidatos, e depois com o procedimentos desses candidatos eleitos, fiquei preso com a minha consciência, digo: com a minha consciência doendo. Me lembro de um prodígio da obra "O Tartufo", de Molière. "Se em seu falso fervor eu não for entendido, não é culpa do autor, a culpa cabe a vida, por não ter colocado uma pinta na testa a marcar o impostor. As testas, Majestade estão de hora em hora mudando a distinção que ostentavam outrora".
03 de Jul / 2017 às 13h52
A pergunta é excelente, Agenor. E me faz questionar se adianta votar. Pois em todos os candidatos, não existem brasileiros competentes. Pois as pessoas que teriam condições de exercer mandatos inteligentes e honestos estão retirados da política, pela absoluta incapacidade de enfrentar o fisiologismo e a ideologia radical de esquerda. Estamos em uma encruzilhada. Entre a dúvida em quem votar e a impossibilidade da escolha de programas políticos adequados.FOZ DO IGUAÇU
03 de Jul / 2017 às 14h14
Simples! Não vote. Não tem em quem votar, vote nulo, em branco, não vá votar. Só não dá é fazer desculpas e votar nos mesmos elementos.